Terapia familiar: Como funciona e quem pode fazer?


Terapia familiar: Como funciona e quem pode fazer?

Tero Vesai

Quando tocamos no assunto terapia, logo nos vem à mente a imagem de uma pessoa deitada ou sentada em frente ao terapeuta e colocando seus problemas em pauta, em busca de uma solução ou um caminho para lidar com eles.

Muitas vezes, porém, os problemas podem estar sendo enfrentados por vários membros da família – tanto do núcleo familiar quanto entre os outros parentes. 

Se são questões que estão sendo vivenciadas entre todos de uma só vez, a ideia é que esse tratamento seja feito de forma coletiva. 

E é aí que entra a terapia familiar. 

Sendo assim, vamos saber um pouco mais sobre esse processo?

O que é terapia familiar?

A terapia familiar ou terapia familiar sistêmica é um processo conduzido por um psicólogo, psicoterapeutas, psicopedagogas, psicanalistas e psicoterapeuta holístico, no atendimento conjunto de membros de uma mesma família. 



É sistêmica por se pautar no tratamento da coletividade dentro da família, enxergando as partes, porém com foco no todo, 
buscando uma solução de problemas e equilibrar a relação, trazendo uma convivência saudável e respeitosa.

É uma terapia recomendada para grupos familiares disfuncionais, ou seja, aqueles em que não existe diálogo, respeito, harmonia e o simples cumprimento do papel familiar de cada um. 

Em vez disso, há: 

  • distanciamento, 
  • brigas e fofocas, 
  • descaso, 
  • acusações,       
O que resulta em “sintomas” como:
  • agressividade, 
  • ansiedade
  • depressão
  • baixo rendimento escolar e universitário (no caso das crianças, adolescentes e jovens)
  • entre outros problemas que podem se tornar uma bola de neve.

Família em sessão de terapia
KatarzynaBialasiewicz / Getty Images Pro / Canva

Nesse caso, não existe interação e, por consequência, não há uma busca por solução dentro do âmbito familiar. 

Se não há comunicação ou empatia entre os familiares “sintomáticos”, dificilmente haverá a iniciativa por resolver todos os conflitos e chegar a um ponto pacífico, até porque não há uma visão imparcial nessa procura de solução. 

Dessa forma, a figura do terapeuta familiar entra para desatar esses nós, esse emaranhado de emoções.

Como ela funciona?

As sessões de psicoterapia familiar são mediadas por um terapeuta, que, durante aproximadamente 50 a 60 minutos, organiza e conduz a conversa – sem interferir –, para que todos possam expressar tudo o que os incomoda.

Diferentemente da terapia convencional, em que o atendimento é individual, na terapia em família, todos os membros participam coletivamente.

É formado um círculo, em um ambiente agradável, bem iluminado, podendo também ter elementos lúdicos, para que as crianças, caso haja, sintam-se à vontade e confortáveis emocionalmente. 

A terapia online está sendo muito útil após pandemia da Covid 19, acreditamos que esse atendimento online não vai ser descartada. O mundo mudou. 

Atendo no modo online, híbrido e presencial. Olha que bacana, você não precisa mais deixar sua casa. 

Durante a sessão, o diálogo é a base do atendimento, e cada paciente é incentivado a ouvir o outro de forma atenciosa.

Ao fim da sessão, o terapeuta ainda pode sugerir exercícios para que os pacientes pratiquem em casa até a consulta seguinte.

Nas próximas sessões, eles são estimulados a relatar os avanços e às mudanças já operadas desde o início do tratamento. 


TIPOS DE TERAPIA FAMILIAR

Há vários tipos de terapia familiar, e a indicação de cada um vai depender do caso e das questões a serem tratadas. 

Entre elas, podemos destacar: 

  • a estrutural, 
  • a boweniana, a experiencial 
  • e a estratégica.

Casal brigando em sessão de terapiaCada uma dessas abordagens tem um conceito aplicado. 

  • estrutural lida com comportamentos, analisando as relações entre os familiares; 
  • boweniana lida com o equilíbrio e com o caminho da autodescoberta de cada um dos membros; a experiencial trabalha a autorrealização e a construção dos níveis de intimidade; 
  • estratégica trabalha na mudança da forma como cada familiar reage com o membro “sintomático”.

Quando fazer?

De certa forma, a procura pela terapia em família pode se dar em qualquer momento no qual um ou mais membros da família sinta essa necessidade (obviamente havendo um consenso). 

Nem sempre, porém, as pessoas têm essa noção de quando é preciso pedir ajuda.

Sendo assim, uma boa dica é perceber a que ponto a relação da família está fragilizada devido aos conflitos, qual o grau de ruptura decorrente de conflitos pessoais ou quando as dificuldades já se encontram em um nível profundo e quando parece que nenhuma das tentativas de solução surtiu efeitos.

Outras indicações são casos de doenças físicas ou mentais que provoquem uma disfunção familiar significante, por exemplo: 

  • esquizofrenia, 
  • transtorno bipolar, 
  • síndrome do pânico, 
  • autismo, 
  • hiperatividade, 
  • depressão, entre outros, especialmente no caso de crianças ou adolescentes.

Benefícios da terapia familiar

Existem várias razões para se buscar ajuda na psicoterapia familiar, pois as vantagens são inúmeras e agem a médio e a longo prazo, trazendo paz e equilíbrio ao núcleo familiar e a todos os outros parentes envolvidos direta ou indiretamente no problema ou mesmo não estando envolvidos.

Destacamos aqui alguns dos variados benefícios dessa técnica:

  • Fortalece os laços familiares;
  • Oportuniza o uso da sinceridade e da honestidade em se expressar;
  • Ajuda a desenvolver a escuta ativa e a empatia;
  • Permite que todos abram seus corações e se tornem mais transparentes;
  • Desenvolve o espírito de equipe;
  • Promove a união, por meio da realização de tarefas e da busca de soluções;
  • Fomenta a busca de um lar mais harmônico e acolhedor;
  • Ajuda a desapegar-se das dores do passado;
  • Permite resolver sentimentos, como remorso, culpa, indiferença, desobediência etc.;
  • Possibilita que as pessoas foquem o presente, já que o passado passa a não ser mais um “fantasma”;
  • Auxilia os membros a buscarem viver uma vida mais leve e menos pesarosa;
  • Ajuda a desenvolver o autoconhecimento e, consequentemente, o autocontrole.

Os benefícios não se limitam aos que listamos aqui, já que a terapia familiar é capaz de ajudar basicamente todo tipo de situação, pois ela impulsiona os membros a falarem de suas emoções por meio do diálogo franco e aberto. E, honestamente, isso é libertador.

Terapia familiar sistêmica é o mesmo que constelação sistêmica?

Você já deve ter ouvido o termo “sistêmica” em algum lugar, muito provavelmente numa técnica chamada “constelação sistêmica”, o que pode causar confusão quanto à expressão “terapia familiar sistêmica”. 

As semelhanças, entretanto, limitam-se ao termo em comum, já que são duas coisas distintas.

Reconciliação de casal na terapia

terapia familiar sistêmica é uma especialização, que teve como pioneiro o terapeuta argentino Salvador Minuchin. 

A terapia familiar lida diretamente com os indivíduos que compõem a família, ou seja, o tratamento é feito na presença dos familiares reais. 

Já a constelação sistêmica – também conhecida por constelação familiar – é uma técnica que se vale da representação e da intepretação de papéis, ou seja, são usadas pessoas neutras para representar os membros da família que estão envolvidos no problema central em vez dos verdadeiros familiares.

Desenvolvida pelo autointitulado psicoterapeuta Bert Hellinger, a constelação sistêmica bebeu na fonte da terapia familiar.

Estudos sobre os processos familiares indicam que a qualidade da relação parental e a presença de discórdia no ambiente familiar são fatores associados à etiologia de distúrbios emocionais na criança e no adolescente (Cummings & Davies, 2002; Wamboldt & Wamboldt, 2000). 

Primeiramente, identificou-se uma associação geral entre discórdia conjugal e dificuldades no ajustamento infantil, considerando-se que as situações de conflito conjugal na família resultavam numa alteração das práticas educativas parentais que, por sua vez, interferiam no desenvolvimento da criança.

 Posteriormente, verificou-se que determinadas características das situações de conflito estavam diretamente relacionadas ao desenvolvimento da criança (Fincham, 1994, 2003). 

Além disto, os efeitos do conflito conjugal eram principalmente determinados pela exposição da criança/adolescente a episódios de discórdia familiares e não somente a uma alteração das práticas educativas por parte dos pais (Zeanah & Scheeringa, 1997). 

A questão do impacto do conflito conjugal nos processos psicológicos, cognitivos e relacionais da criança e do adolescente surgiu com maior ênfase recentemente, a partir da constatação de que a presença de conflitos estava associada a uma maior exposição da criança a situações de estresse familiar.

Determinados padrões de interação conjugal, principalmente aqueles associados com maior adversidade e violência, foram relacionados a distúrbios no desenvolvimento emocional, cognitivo, social e até a alterações psicofisiológicas na criança (El-Sheikh & Harger, 2001). 

Como conseqüência, a dimensão conflito conjugal assumiu um papel de grande relevância nas investigações sobre as relações familiares, ao ponto de inclusive questionar o entendimento do divórcio parental como gerador de distúrbios no desenvolvimento da criança e do adolescente. 

Ao contrário, considerou-se que a presença de distúrbios emocionais na criança não estava relacionada unicamente à situação do divórcio parental, mas, sim, à exposição da criança a conflitos intensos anteriores ao rompimento familiar (Fonagy, Target, Steele & Steele, 1997). 

Apesar dos estudos sobre o tema situarem-se no período das duas últimas décadas, a contribuição dos achados dos principais trabalhos de pesquisa já se constitui num expressivo corpo teórico sobre as relações familiares e as consequências do conflito parental no desenvolvimento infantil. 

Atualmente, a dimensão conflito conjugal é considerada como um processo familiar importante para ocorrência de distúrbios afetivos e manifestações clínicas no desenvolvimento infantil (Wamboldt & Wamboldt, 2000; Zeanah & Scheeringa, 1997) e com posteriores dificuldades na adolescência, como agressividade, conduta anti-social, abuso de substância e envolvimento com a lei (Fergusson & Horwood, 1998).

A família é o berço comportamental do indivíduo embora tenha passado por processos de mudanças em sua estrutura nas últimas décadas e que tenha havido diversificação referente a posição que ocupa em cada cultura. 

A família permanece como o núcleo básico que promove o desenvolvimento comportamental dos membros que a integra. É através da convivência familiar que construímos nossos valores morais e cívicos. 

Durkheim no séc. XIX (no período da Revolução industrial) através de sua teoria sobre a “divisão do trabalho”, demonstrou a importância da adaptação do indivíduo no processo socialização e os fatores que podem justificar a organização da sociedade, compreendendo então, que isso era possível através da solidariedade social sendo uma forma de interligar um indivíduo ao outro mesmo em diferentes sociedades. 

A sociedade passa por uma evolução social, em que o processo inicial é denominado como "sociedade de solidariedade mecânica" em que a consciência coletiva é uma das características marcantes.

Nas sociedades de solidariedade mecânica, existe total predomínio do grupo sobre os indivíduos. 

A semelhança entre eles também é forte, havendo pouco espaço para individualidade. Portanto. 

A explicação para que os indivíduos vivam em sociedade, diz Durkheim está no fato de que eles partilham de uma cultura comum que os obrigam a viver em coletividade (SELL, 2001, p. 33, grifo nosso). 

Essa coletividade torna-se responsável pela construção dos valores morais e norteadores sendo extremamente relevante e influenciadora nas ações dos indivíduos, que compartilham dos mesmos valores, das crenças e suas condutas, diante de tais fatos. 

Acreditamos que a família é uma instituição social que integra a sociedade de solidariedade mecânica, pois nela existe à atuação constante da consciência coletiva. 

Araújo e Scalon (2005) fazem referência a solidariedade familiar que é um dos direitos e deveres demonstrados através de sentimentos e apoio. Essa solidariedade abrange aspectos materiais e afetivos, o que torna possível o fortalecimento das relações familiares. 

Cada família alimenta sua cultura e a transmite de forma geracional considerando que alguns traços culturais são perdidos no decorrer da vida, e a partir do convívio social, mas uma grande parte desses ensinamentos são preservados. 

A cultura familiar que instrui positivamente os filhos é fundamental para direcioná-los aos comportamentos aceites pela sociedade.


5 dicas para quem 

nunca fez terapia

Muitas pessoas acreditam que fazer terapia é o maior investimento que alguém pode fazer por si mesmo.

O tratamento prova que você quer melhorar. Porém, mesmo com tal percepção, as pessoas demoram a procurar o TERAPEUTA.

  • Os motivos para adiar o encontro:
  • Medo de não saber o que falar
  • Não saber como se expressar
  • Panico de imaginar que o profissional exponha o conteúdo da conversa
Se identificou? 

SIGILO TOTAL 

Isso é a primeira coisa que você precisa saber. Na formatura, os terapeutas juram não contar nada sobre o que ouvem. O profissional é como um padre e pastor (a) que não podem falar nada sobre o que ouve no confessionário e no aconselhamento.

NÃO FIQUE CALADO OU CALADA

O maior interessado é você, então, extraia todas as informações que julgar necessário.

Reflita sobre o que você quer expor

Pense sobre o que levou você a procurar ajuda terapeutica. 

Anote no papel as seguintes perguntas: 

Por que preciso de terapia? 

Sinto uma tristeza prolongada?

 Medo, angústia, frustração e raiva são sentimentos constantes? 

Responda essas questões e leve para a primeira sessão de terapia.

Seja sincero (a)

Não esconda nada do profissional. Ele (a) não faz milagres e precisa da sua colaboração para ajudá-lo. Conte tudo com detalhes, sem medo.

Você pode trocar de terapeuta

Pode ser que não haja uma conexão entre você e o profissional. Pode acontecer também de você não gostar da conduta dele. Caso não se sinta à vontade, você tem o direito de recorrer a outro profissional.

Agora não tem mais desculpas para não fazer terapia. Quando começar o tratamento, divida sua experiência conosco.


Sou Pedagoga formada nas Séries Iniciais, Fundamental e Administração Escolar. Pedagoga Empresarial, Educadora Especial, Psicopedagoga Clínica e Institucional, Bacharel em Teologia, Pós em Terapia Cognitiva Comportamental, Ledora do Enem, Consteladora e Terapeuta Sistêmica Familiar e Organizacional, Orientadora Profissional e Vocacional, Dependência Química, Psicanalista.

Atendo famílias homeschooling, Instituições Religiosas, Instituições privadas e públicas.

Contato (21)96885-8565 

Atendimento online, híbrido e/ou presencial

Sempre Viva Espaço Holístico

Rua Pinto Teles 653 Campinho, próximo da Igreja de Nova Vida

Telefone: (21)99677-6112 falar com Renato e/ Teresa


Ministro cursos de:

  •  Psicopedagogia para educadores, pais e instituições religiosas, privadas e públicas
  • Conselheiros em Dependência Química
  • Empreendedorismo para crianças, adolescentes, jovens e adultos
  • Liderança
  • Gestão para Profissionais da Beleza
  • Terapia em Família
  • Análise Transacional
  • Pedagogia & Andragogia & Heutagogia (Resumidamente, a pedagogia se refere à aprendizagem de crianças e adolescentes; • a andragogia diz respeito à aprendizagem de adultos; • a heutagogia trata da aprendizagem autônoma, independentemente de faixa etária)


Grupo para informações sobre terapia online, individual e grupal



https://www.youtube.com/c/K%C3%A1tiaRumbeslperger/videos

http://lattes.cnpq.br/5509934110112197

Se gostou compartilhe! Assine meu canal do Youtuber! Comente!





Fecundação Os primeiros registro da matriz de todos os sentimentos de rejeição ou amor é vivido pelo ser humano, tem sua primeira experiência na FECUNDAÇÃO Por isso é necessário que a gestação seja regada de sentimentos de amor e acolhimento. Esse registro será determinante para que a pessoa apresente em sua vida características e comportamentos para toda sua vida.

Comentários

Postagens mais visitadas