Georg Groddeck e Wilhelm Reich: mente, corpo e psicossomática





Georg Groddeck e Wilhelm Reich: mente, corpo e psicossomática

Autor: José Henrique Volpi

Georg Groddeck nasceu a 13 de outubro de 1866, em Bad Kösen, Alemanha. 

Cursou a faculdade de Medicina em Berlim onde teve a oportunidade de ter como mestre o médico Ernst Schwenninger que via a alopatia com extrema reserva. 

Seguindo as orientações do mestre Schwenninger, Groddeck estabeleceu um tratamento diferenciado para seus pacientes baseado em massagens, dietas, banhos quentes e procedimentos analíticos, com o intuito de evitar o estado de intoxicação provocado por remédios.

Por muitos anos Groddeck acreditou ser ele o “pai” da Psicanálise e não Freud. Intitulava-se como um “analista selvagem” e tinha o desejo de ser reconhecido pela Ciência, mas acabou sendo um cientista pouco conhecido e referenciado nos meios acadêmicos.

Desde 1895, Groddeck já praticava a Psicossomática, logicamente com sua forma peculiar. Estruturou seu trabalho no doente e não na doença, alegando que o papel do médico é cuidar e não curar, pois Não é o médico que derrota a doença, mas o próprio doente que se cura”. 

Dizia que era importante tratar os pacientes com paciência, humildade e amor, devolvendo-lhes o brilho que se perdeu quando teve uma infância reprimida.

Um dos conceitos de Groddeck girava em torno do que ele denominava de “Isso”, o que mais tarde foi chamado por Freud, em sua teoria, de Id. 

De acordo com Groddeck (2008), todos os seres humanos possuem um “Isso”, algo interno, uma espécie de fenômeno que comanda tudo que fazemos e tudo que nos acontece na vida, nossos atos e pensamentos. Desse “Isso” conhecemos apenas aquilo que está em nosso consciente, porque a maior parte do “Isso” é inacessível. 

Segundo Groddeck (1992a, p. 118)“[…] o Isso engloba consciente e inconsciente, o Ego e os impulsos, corpo e alma, o fisiológico e o psicológico; perante o Isso não há uma fronteira demarcando o físico e o psíquico. Ambos são manifestações do Isso, formas de apresentação”.

Na concepção de Groddeck, o Isso não fala apenas através de palavras, mas pelo corpo e suas atitudes. Tudo é uma forma de expressão do Isso, o modo de falar, os gestos, o tom de voz, o formato do corpo, etc. É um postulado parecido ao que Reich (1995) chamou de caráter.

Em relação às doenças, após a formulação do conceito do Isso, Groddeck, afirmou que não fazia mais sentido falar em doenças orgânicas e doenças psíquicas porque todas seriam doenças do Isso, pertencentes a um indivíduo que é corpo e psique ao mesmo tempo. 

Wilhelm Reich nasceu em 24 de novembro de 1897, em Dobryzcynica, Áustria. Cursou a faculdade de Medicina em Viena onde teve a oportunidade de ter sido o psicanalista mais jovem pertencente ao seleto grupo de Sigmund Freud.

Discórdias entre o pensamento de Reich com os psicanalistas da época, fez com que ele fosse se afastando até que em 1934 foi expulso do movimento nacional e internacional pois suas ideias já não mais estavam de acordo com o que os psicanalistas acreditavam.

Reich (1995) acreditava que o corpo sente, aprende, se disciplina, se condiciona e expressa os conflitos emocionais da mente, corporificados nos tecidos celulares, refletidos na qualidade do tônus muscular, expressões faciais, ritmo respiratório, postura, tom de voz, etc. Portanto, nosso corpo é moldado de acordo com as experiências vividas, principalmente aquelas ocorridas na primeira infância, quando as formas que encontramos para nos defender ainda são precárias. 

Esses acontecimentos muitas vezes deixam marcas profundas e irreversíveis. Portanto, constantemente somos confrontados com dois caminhos: ouvir nosso corpo e deixá-lo falar em seus desejos e expressar suas angústias ou submetê-lo aos estresses físicos e psicológicos diários que a vida nos traz, formando assim as couraças.

Mente e corpo são permeáveis às impressões físicas, cognitivas e psicológicas e interagem entre si. A mente agrupa as informações intelectuais e mesmo em suas manifestações mais abstratas, não é separada do corpo, mas sim, nascida dele e moldada por ele. 

O corpo, por sua vez, contém a história de uma pessoa de forma que mudanças psíquicas são condicionadas pelas mudanças também nas funções corporais. Isso explica as diferentes posturas corporais e distintos comportamentos apresentados pelas pessoas, onde cada um possui uma forma muito particular de ser e de agir. Essa é a expressão do caráter.

O homem é um núcleo de energia cósmica, focalizada, muito organizada e especializada. 

A Psicologia Corporal se dedica a estudar as manifestações comportamentais e energéticas da mente sobre o corpo e do corpo sobre a mente, tratando-as em seu conjunto e em sua relação funcional. 

Tem por objetivo reencontrar a capacidade do ser humano em regular a sua própria energia e, por conseqüência, seus pensamentos e emoções

Portanto, a doença é a expressão do caráter e quando aparece em determinada região do corpo, é onde a energia deixou de circular. O corpo não esquece. Tudo o que foi vivido durante a infância, através de sensações, permanece registrado. 

A somatização é uma forma de comunicação desses registros ancorados no corpo. Por isso é que precisamos atuar de uma forma dinâmica onde sejamos capazes de perceber a interferência da mente sobre o corpo e do corpo sobre a mente. 

Essa é a proposta da compreensão das doenças pela psicossomática do ponto de vista da psicologia corporal de Wilhelm Reich.


Muito provavelmente, Georg Groddeck é o autor menos conhecido dentre os sete que apresentamos nesta série. Pudera. A psicanálise e a medicina voluntariamente negligenciaram a obra do autor. 

A primeira por considerar suas teses um tanto extravagantes mesmo para um campo que em si mesmo já se constitui como extravagante face à tradição psicológica. A segunda por não poder incluir uma concepção de doença como a proposta por Groddeck dentro de um modelo teórico para o qual as enfermidades não possuem nenhuma significação, sendo vistas como meros fenômenos corporais. 

Nesse sentido, os enunciados groddeckianos foram considerados anátemas pelos dois campos profissionais nos quais o autor se inseriu. Isso não significa que tal juízo rigoroso fosse acertado, embora seja justificável.

Mesmo não tendo o reconhecimento devido de suas teses por seus pares, Groddeck não se calou. 

Escreveu numerosos artigos para sua própria revista, chamada Die Arche, a qual circulava dentro de seu sanatório na cidade alemã de Baden-Baden, de modo que todos os seus pacientes tinham acesso aos textos. 

Aliás, Groddeck considerava a leitura da teoria na qual baseava sua ação clínica como um ato terapêutico. 

Por conta disso, proferiu uma série de conferências psicanalíticas para seus doentes, que depois vieram a ser publicadas em livro. Mas estou me adiantando indevidamente. Vejamos primeiramente quem foi Georg Groddeck; como esse autor se inseriu na psicanálise e quais as suas propostas inovadoras relacionadas com o problema da psicossomática.

A descoberta da psicanálise – sem Freud

Georg Walther Groddeck nasceu na cidade alemã de Bad Kösen em 1866, ou seja, dez anos depois de Freud. Tornou-se médico por influência do pai que também o era e na faculdade de medicina foi fortemente impactado pela figura de Ernst Schweninger, importante médico da época que propunha a tese de que o verdadeiro agente da cura num tratamento médico não é o profissional de saúde, mas sim o próprio organismo do doente. 

O médico seria apenas um facilitador, um catalisador das tendências de autocura inerentes ao próprio organismo. 

Groddeck guardou essa idéia como uma das bases de seu pensamento e de sua prática clínica e chegou a escrever um livro cujo título era precisamente o ditado latino que Schweninger utilizava para expressar sua tese: “Natura sanat medicus curat” (“A natureza cura, o médico trata”).

Nessa obra, que ficou conhecida pela junção das sílabas iniciais do aforismo: “Nasamecu”, Groddeck aborda a constituição física das pessoas doentes e sadias e, ao falar disso, o autor faz duras críticas à psicanálise, mesmo conhecendo o método freudiano apenas por ouvir falar. De fato, naquele momento Groddeck ainda não havia lido nenhum texto de Freud. Por que, então, fora feita a crítica, se Groddeck não possuía um conhecimento suficiente para julgar a validade do procedimento analítico?

A resposta, Groddeck a fornece na primeira carta que envia a Freud, em 27 de maio de 1917: tratava-se de uma reação a um sentimento de inveja que Groddeck passou a nutrir em relação a Freud desde o momento em que começara a ouvir falar das descobertas que o médico de Viena havia feito. 

Com efeito, em 1912, quando “Nasamecu” foi publicado, os achados de Freud já eram conhecidos na Europa. Sabia-se que através do tratamento das neuroses, Freud chegara à conclusão da existência da sexualidade infantil, do impacto da linguagem e dos símbolos na vida subjetiva bem como dos fenômenos de transferência e resistência.

A grande ironia do destino é que mesmo sem ter lido uma vírgula de Freud, sem nunca ter ouvido falar em psicanálise e tratando de pacientes com doenças orgânicas e não neuroses, Groddeck havia chegado às mesmas conclusões de Freud! 

Nesse sentido, desde o momento em que passou a se dar conta de todos esses fenômenos, nasce em Groddeck um sentimento de pioneirismo que é aviltado quando ouve falar que Freud, em Viena, já havia descoberto as mesmas coisas e, pior, já havia publicado seus achados! Dada a força de seu desejo de pioneirismo, Groddeck se vê tomado de inveja e como resposta a esse afeto tece críticas irresponsáveis à psicanálise.

Há intencionalidade nas doenças orgânicas

Na primeira carta que envia a Freud, Groddeck reconhece tudo isso e pede desculpas ao médico vienense, passando, então, a relatar uma série de casos de doenças somáticas que conseguiu tratar através do entendimento da doença como um símbolo, mesmo procedimento que Freud adotava na investigação dos sintomas histéricos e obsessivos. 

Nota-se, portanto, que Groddeck está propondo a tese de que não há distinção entre neuroses, isto é, transtornos psíquicos, e doenças orgânicas no que diz respeito à possibilidade de que sejam vistos como portando uma significação.

Essa é a viga mestra do pensamento de Groddeck: toda doença pode ser lida como um símbolo, pois, do seu ponto de vista, o sujeito sempre ficaria doente com algum propósito, para cumprir uma determinada finalidade. 

Temos uma dificuldade enorme para considerarmos esse raciocínio plausível, pois a tradição na qual fomos formados nos ensinou que finalidade e propósito são atributos apenas de atos psíquicos, como pensamentos, lembranças, desejos etc. 

Como nessa tradição, tudo o que diz respeito ao corpo é absolutamente distinto da psique, seguindo uma causalidade puramente material e mecânica, nos acostumamos a pensar que a doença orgânica é algo que acontece em nós e com o qual nós, enquanto sujeitos pensantes, não temos absolutamente nada a ver. 

Em outras palavras, colocamos a doença na mesma categoria de um copo d’água que cai à nossa frente, ou seja, entre o conjunto de fenômenos que acontecem independentemente de nossa intencionalidade.

Mas notem, caros leitores, que só fazemos isso porque admitimos um pressuposto cartesiano de entendimento da realidade: o que subjaz à nossa compreensão da doença é a idéia de que nós somos feitos de dois tipos de substâncias: uma pensante (a psique), que funciona a partir da nossa vontade (seja ela consciente ou inconsciente) e outra material, não-pensante (o corpo) que funciona de acordo com as mesmas leis da matéria a partir das quais um relógio funciona. 

Ora, se jogamos fora esse pressuposto e passamos a pensar que, na verdade, somos uma substância única, dotada de intencionalidade, desejos e finalidades, que se expressa ao mesmo tempo como psique e corpo, o entendimento da doença muda completamente.

O Isso

Foi justamente isso o que Groddeck fez. 

É por isso que não podemos falar de psicossomática em Groddeck, pois, para o autor, não há uma causalidade psíquica nas doenças orgânicas. 

Em outras palavras, não se trata da psique agindo sobre o soma. 

A doença, para Groddeck, seja ela psíquica, como uma neurose obsessiva, ou orgânica, como um câncer, brota de uma mesma fonte, que é essa substância única que somos e que Groddeck chamou de “Isso” (em alemão: “das Es”). 

Esse termo, que Groddeck extrai de um trecho da obra de Nietzsche, é utilizado em alemão no sentido impessoal. Ou seja, quando se o utiliza, não se sabe se o referente é homem, mulher, criança, velho, uma cadeira, um pensamento, ou seja, é o termo ideal que Groddeck encontrou para dar nome a esse novo modo de entender o ser humano que o concebe para-além das diferenças às quais nós estamos acostumados: 

físico/psíquico, homem/mulher, velho/jovem.

Destarte, em vez de pensar no homem como dividido em corpo/psique, Groddeck preferirá pensar no indivíduo como um Isso, que não é nem corpo nem psique, mas que se expressa psíquica e corporalmente. 

Ao desfazer a separação outrora arraigada, o autor agora pode tranquilamente pensar a doença física como tendo uma finalidade, uma significação, um propósito, pois ela já não seria um fenômeno apenas do corpo, que segue leis puramente mecânicas, mas um fenômeno do indivíduo como um todo, o qual não pode ser concebido sem finalidade e propósito.

O que quero deixar claro é que Groddeck não faz toda essa elaboração teórica como um exercício especulativo. 

Ele faz questão de assinalar em vários momentos de sua obra que o conceito de Isso e, por extensão, todo o seu pensamento, são apenas hipóteses, construções geradas a partir e para sua experiência clínica. 

Em outras palavras, são hipóteses gestadas não para descrever adequadamente a realidade, mas sim para intervir nessa realidade, o que, no caso de Groddeck, significava auxiliar o paciente.

Os usos que fazemos da doença

Embora, como na neurose, o sentido de cada sintoma seja singular, ou seja, dependa da história individual de cada paciente, Groddeck mostra que as doenças servem a determinados usos gerais que estão relacionados às conseqüências comuns de todo adoecimento. 

Aliás, é a análise das conseqüências da doença o ponto de partida utilizado por Groddeck para investigar a sua significação. 

Por exemplo, as dores de cabeça provocam como consequência, via de regra, a dificuldade de pensar

Pessoas que têm dores de cabeça muito fortes dizem frequentemente que qualquer pensamento provoca dor

Seria disparatado pensarmos que fora justamente esse efeito o que motivou a eclosão das dores? 

Muitas vezes, por mais que não queiramos pensar em determinados eventos, eles insistem em se fazer presentes em nossa consciência, de sorte que a única forma de impedir que isso aconteça pode ser colocando dores em seu lugar.

Amiúde as doenças, especialmente as mais graves, levam a pessoa a se colocar sob os cuidados de outrem, a reivindicar-lhe sua atenção.
A experiência de Groddeck e a de qualquer pessoa que se ponha a observar atentamente os fenômenos do adoecimento comprovam que há indivíduos que não conseguem demandar a atenção que julgam merecer do outro senão ficando doentes. Você mesmo, caro leitor, deve conhecer uma dessas célebres mulheres que mendigam a atenção de um marido pouco afável com doenças que nunca saram. 
Ora é uma dor aqui, ora outra ali, de modo que, por mais que o marido queira ficar o menor tempo possível com a esposa, ele é “obrigado” a fornecer a ela um signo de sua ainda que pouca consideração através dos remédios que lhe compra. É como se, com a doença, a mulher estivesse dizendo: “Você pode até resistir, mas terá que pensar exclusivamente em mim pelo menos uma vez por mês, ao pagar a farmácia.”

Não são raros também os casos em que a doença serve ao indivíduo como veículo de expiação de um sentimento de culpa. 

A enfermidade fornece o sofrimento que o indivíduo lhe julga ser devido como castigo em função de uma suposta falta cometida e, ao mesmo tempo, retira da consciência o sentimento de culpa. 

Mais: transfere a culpa para o mundo, para a natureza, que teria lhe fornecido a doença.

Trata-se, portanto, de uma “solução” bastante eficaz se o objetivo é, ao mesmo tempo, satisfazer e eliminar o sentimento de culpa. Tudo dependerá daquilo que o Isso considerará como um mal maior.

Nesse momento, certamente alguns leitores podem estar se perguntando: “mas e nos casos de doenças infecciosas

Também nesses haveria um propósito em ficar doente? 

Isso não seria absurdo na medida em que é o microorganismo que causa a doença?”. São perguntas plausíveis, mas assentadas em pressupostos equivocados. De fato, o que a epidemiologia evidencia é que há apenas uma associação entre a presença de um microorganismo no corpo do doente e a presença de uma determinada enfermidade. 

De modo algum tal associação implica necessariamente numa relação de causalidade. 

Do contrário, em todos os casos em que houvesse a presença do microorganismo haveria necessariamente a presença da doença e não é isso o que se verifica. 

De dez pessoas infectadas com o bacilo de Koch, nem todas desenvolverão a tuberculose. 

A medicina científica tradicional irá buscar os outros fatores que seriam responsáveis por essa diferença em todos os lugares possíveis menos na subjetividade. 

Groddeck, por seu turno, não temerá em dizer: na verdade, o Isso, a substância única individual, só permite a eclosão da doença quando o ficar doente lhe é útil. 

Nesse sentido, se ficar tuberculoso não é interessante para o indivíduo naquele momento de sua história de vida, o bacilo de Koch terá a mesma significação de um grão de areia no organismo, ou seja, estará lá, mas não servirá para nada. 

Quando diz isso, Groddeck não está propondo um “psicologismo” ou um “subjetivismo”. 

Ele sabe que múltiplos fatores contribuem para um indivíduo ficar doente. No entanto, dentre essa gama de fatores, um deles é a disposição individual, o sentido que a doença adquirirá na vida do sujeito. 

Em outras palavras, o sujeito pode ter todas as condições para ficar doente e sem as quais não ficaria, mas se a enfermidade não for necessária naquele momento específico de sua história, ele não ficará doente.

Concluindo

Para Groddeck, não existem sintomas nem doenças psicossomáticos por oposição a sintomas e doenças meramente orgânicas. Toda enfermidade é psicossomática e isso não em função de uma comorbidade entre sintomas físicos e psicológicos, mas sim pelo fato de que Groddeck pensa o ser humano como uma unidade, um Isso que não é nem físico nem psicológico, mas que se expressa orgânica e psicologicamente. 

Esse Isso, na medida em que Groddeck o considera como o indivíduo, é dotado de intencionalidade, de desejos, de propósitos. 

Como a doença orgânica, bem como a psicológica, brotam dele, isso significa que o padecimento somático também possui um sentido, uma significação, um uso, enfim.

Adendo

Portanto, do ponto de vista groddeckiano, não seria necessária uma técnica especial ou um enquadramento terapêutico específico para o tratamento de doenças orgânicas pela via da psicanálise. 

O sintoma orgânico seria visto da mesma forma que um sintoma neurótico, ou seja, como algo a ser decifrado, considerando que sua decifração corresponde ao delineamento dos conflitos aos quais ele responde. 

A experiência de Groddeck, exemplificada pelas inúmeras vinhetas clínicas que o autor expõe em seus escritos, mostra que a aplicação do método psicanalítico tal como Freud o concebeu é plenamente eficaz na remissão de sintomas orgânicos tanto leves quanto graves.

REFERÊNCIAS

GRODDECK, G. O Isso e a Psicanálise, além de considerações gerais sobre os congressos científicos de outrora, bem como da atualidade. In: GRODDECK, G. Estudos psicanalíticos sobre psicossomáticaSão Paulo: Perspectiva, 1992, p. 113-123.


REICH, W. Análise do Caráter. São Paulo: Martins Fontes, 1995.


https://lucasnapoli.com/2010/09/30/por-que-groddeck-nao-foi-o-pai-da-psicossomatica/




Fecundação Os primeiros registro da matriz de todos os sentimentos de rejeição ou amor é vivido pelo ser humano, tem sua primeira experiência na FECUNDAÇÃO Por isso é necessário que a gestação seja regada de sentimentos de amor e acolhimento. Esse registro será determinante para que a pessoa apresente em sua vida características e comportamentos para toda sua vida.

Comentários

Postagens mais visitadas