Raiva de Tudo


Raiva de Tudo

 


Domine a raiva com a serenidade; 

o mal com o bem; 

a mesquinharia com a generosidade; 

a mentira, com a verdade.

(Dhammapada 223)

 


O desejo não realizado leva à frustração. A frustração leva à raiva. A raiva leva ao endurecimento do coração e ao desejo de vingança. A vingança leva à maldade.


Raiva e desejos de vingança ocorrem em função do apego ao próprio objeto gerador da raiva, do qual queremos nos vingar. E com este objeto competimos, na incansável tentativa de superá-lo.

 

Ao refletirmos sobre cada objeto, é possível identificar determinados aspectos da ira que ele despertou. Dependendo do objeto, um aspecto pode se mostrar mais perceptível do que outros. E esses aspectos que nos são compreensíveis não devem ser deixados de lado, devemos utilizá-los em outras reflexões.

 

A mente transfere a ira para outros objetos, o que dificulta ou impossibilita uma análise pertinente. Logo, não podemos perder de vista o pressuposto de que a ira é fruto de um desejo frustrado. Uma análise dos opostos também pode ajudar.

 

Também é importante observar que não precisamos aguardar por uma explosão de raiva, por um ataque de ira, para então começarmos a analisar e buscar a compreensão dos fatos.


Podemos tentar relembrar os momentos de irritação, frustração, descontentamento, insatisfação, tristeza, indignação, mágoas, ressentimentos, desejos de vingança e inconformismo do passado, e trabalharmos sobre eles. A raiva se esconde atrás de múltiplas e diferentes roupagens.

 

Em um dado ponto das reflexões pode ser necessário recorrer à abstração, de modo a direcionar a reflexão para a raiva em si, já que os objetos dela podem limitar a percepção, a compreensão.

 

O mundo, com suas luzes, cores, com seus brilhos e encantos, desperta em nós os desejos, levando-nos à busca de uma satisfação que nunca acontece. E, desta forma, acabamos por nos frustrar com o mundo. E esta frustração nos leva a ter raiva do mundo e a planejar vinganças. Passamos a competir com o mundo, com a vida.


Em nossas fantasias, queremos superar o mundo, e o resultado disto é que ficamos irritados e nem sabemos por quê. Todos que nos cercam sofrem conosco, pois transferimos para eles essa nossa raiva do mundo. Queremos nos vingar do mundo através de tudo e de todos que o habitam.

 

Isso tudo ocorre porque continuamos a acreditar nas ilusões mundanas. Ou seja, num primeiro momento, alimentamos as ilusões e as desejamos; em seguida, passamos a odiá-las. E assim invertemos todo o processo. Se pudéssemos compreender as ilusões apenas como ilusões, nada disso aconteceria.

 

Precisamos perceber que tudo ocorre dentro de nós mesmos, e que estamos apenas transferindo nossos anseios para objetos externos, para objetos do mundo externo.

 

Não é possível competir com o mundo ou com a vida.


Isso é uma grande tolice. Assim como é tolo discutir com quem nos insulta, trocar ofensas. Todos esses impasses são armadilhas o mundo usa para nos enganar e nos manter aprisionados.


Portanto, a melhor forma de vencer o mundo é renunciar a ele, assim como a melhor forma de vencer os nossos agressores é renunciar à discussão, renunciar à disputa pelo monopólio da razão, à vitória, à superioridade; é manter a serenidade e uma certa indiferença – que não significa nem desprezo, nem superioridade; que não significa uma forma de vingança, nem tampouco uma tentativa de vencer.

 

Toda expressão de raiva é uma forma de vingança.

 

Precisamos compreender as dificuldades da vida como lições a serem aprendidas. Em verdade, como nos ensina o Budismo, esta é uma reta visão sobre o sofrimento, e a retidão de tal visão enche-nos de gratidão.


Se passamos a encarar as dificuldades da vida como lições a serem aprendidas, se passamos a priorizar na vida o aprendizado e a evolução, então a ofensa, a agressão e as pressões deixam de existir, existirão apenas os aprendizados.


Mas se, ao contrário, ficamos nervosos, irritados, se insistimos em maldizer algo ou alguém, é porque o aprendizado não é o fator mais importante. Neste caso, o fato de ser bem tratado, elogiado, reconhecido, aceito, adorado, passou a ter mais importância do que o aprendizado. E isso é a manifestação expressa da própria auto-importância.

 

A gratidão, a satisfação, o contentamento, a bondade, nascem da percepção do real, da renúncia ao irreal, da entrega, da devoção. Tudo é como deveria ser, tudo está como deveria estar.


Somos o único inimigo a quem devemos derrotar. Somos nossos inimigos quando não nos conhecemos e atrapalhamos o fluxo da vida.


A vida não tem nada de errado, nós é que destruímos e atrapalhamos o seu curso; nós é que tendemos a tudo controlar, a tudo julgar.


A vida segue suas leis naturais, e tudo o que fazemos é perturbar essas leis. Na vida não existem ganhos ou perdas, tudo não passa de uma grande ilusão. Existem apenas aprendizados.

 

As verdadeiras virtudes não provenientes de sentimentalismos baratos ou de apelos emocionais. Estes devem ser eliminados. Mas devemos cuidar para não confundir a eliminação desses sentimentos com o endurecimento do coração.


No lugar dessas manifestações apelativas devem nascer sentimentos e emoções puras, vindas do fundo do coração. Não podemos descontar em terceiros nossa raiva, nossas frustrações, nossas mágoas e ressentimentos; não podemos dar vazão às nossas vinganças, alegando que assim agimos porque fomos tomados por impulsos sentimentalistas ou emocionais. Isso é um terrível auto-engano.


Ao agirmos assim, estamos apenas liberando de dentro de nós a maldade que estava reprimida pela falsa moral, por normas de boa conduta e pelos ditos bons costumes. Nunca devemos nos esquecer de que devemos nos abster de fazer o mal; devemos cultivar a bondade, a compaixão.

 

Na verdade, as pessoas são infelizes e sofrem porque viraram as costas para Deus. Revoltam-se contra a Divindade e consideram-se injustiçadas.


Esta raiva que as pessoas sentem por Deus é um sentimento muito destrutivo, e se manifesta de forma tão sutil nos indivíduos, que eles oram, freqüentam lugares considerados sagrados e acreditam-se devotos fiéis.


Em cada sentimento de não aceitação, de culpa, em cada preocupação, reclamação, crítica, expressão de raiva, em cada instinto de vingança, sentimento de ódio, mágoa, em cada um desses ímpetos negativos está alojado o vírus da raiva pela Divindade.


A percepção deste processo já nos permite aliviar um pouco as nossas cargas, deixar o nosso coração um pouco mais leve. Mas é somente o arrependimento sincero pode nos livrar realmente deste terrível fardo.

 

As expressões de ira ocorrem porque temos uma visão equivocada sobre os eventos da vida, porque nos identificamos com pensamentos equivocados, impregnados de maldade, vingança, indelicadeza, estupidez, brutalidade.


Muitos dos motivos – quando não todos – que nos levam à expressão da ira poderiam se transformar em motivos para expressarmos virtudes, paciência, tolerância, compaixão e bondade, se tivéssemos uma visão correta dos eventos da vida.


Por exemplo: se sabemos que algo é correto e explicamos ao outro o que deve ser feito, e este age contrariamente às nossas explicações, isso não deve ser motivo de ira, mas de compaixão.


Se o outro não ouve ou não entende nossas explicações, por uma, duas, três ou N vezes, isso não deve ser realmente motivo para irritação, mas para o exercício da paciência e da tolerância.




Sou Pedagoga formada n
Sou Pedagoga formada nas Séries Iniciais, Fundamental e Administração Escolar. Pedagoga Empresarial, Educadora Especial, Psicopedagoga Clínica e Institucional, Bacharel em Teologia, Pós em Terapia Cognitiva Comportamental, Ledora do Enem, Consteladora e Terapeuta Sistêmica Familiar e Organizacional, Orientadora Profissional e Vocacional, Dependência Química, Psicanalista.

Atendo famílias homeschooling, Instituições Religiosas, Instituições privadas e públicas.

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Fecundação Os primeiros registro da matriz de todos os sentimentos de rejeição ou amor é vivido pelo ser humano, tem sua primeira experiência na FECUNDAÇÃO Por isso é necessário que a gestação seja regada de sentimentos de amor e acolhimento. Esse registro será determinante para que a pessoa apresente em sua vida características e comportamentos para toda sua vida.

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