Liderança e o Conceito de Psicologia - fazem parte do meu curso de liderança
Conceito.
Liderança é um processo de estímulo pelo qual,
mediante ações recíprocas bem sucedidas, as diferenças individuais são
controladas e a energia humana que delas deriva é encaminhada em benefício de
uma causa comum.
A definição enfatiza liderança menos como expressão de
qualidades pessoais do que como função organizacional.
De resto, essa a perspectiva de análise que, segundo A.
Bavelas, em Man and function (1960; O Homem e a função). Prevalece na
atualidade.
A conceituação fundamentada em qualidades pessoais
constitui traço peculiar aos primeiros estudos empreendidos nessa área no
início do séc. XX. Por essa época, duas formas de abordagem chegaram a se
estruturar:
- A primeira, com vistas à detecção das qualidades que caracterizariam o líder em termos aleatórios;
- A segunda, definida em torno da construção de testes.
Consoante A. Bavelas, a conceituação da liderança
em termos de organização implica em que se evite a pergunta: quem é o líder?
Em substituição, surge outra: como
estão distribuídas as funções de liderança na organização?
L. Petrullo, por igual, sublinha essa mesma forma de
abordagem.
Na verdade, o estudo da liderança, tal como atualmente
é conduzido, supõe uma preocupação tanto centrada no líder quanto nos demais
integrantes do grupo, tanto na nas pessoas quanto nas relações que se entretêm
entre elas, tanto na situação quanto na interação, tanto no meio quanto nos
fatores históricos e culturais que sobre eles atuam.
Acerca do modo como se processam as interações, considera
E.P. Hollander, em Leaders, group and influence (1964: Líderes,
grupo e influência), que elas essencialmente se revelam como uma troca
de recompensas, uma transação entre um acréscimo de status para aquele que
exercer a função de líder e uma ajuda oferecida ao grupo através do exercício
dessa função, no sentido de favorecimento de seus objetivos, ou para efeito de
satisfação de certas necessidades de participação, reconhecimento, segurança e
independência.
Ainda E.P. Hollander entende que o fato de se conferir
ou conservar-se a liderança é interpretado como designação interpessoal fundada
na percepção de várias qualidades, tais como: competência ou aptidão para
conduzir o grupo na direção de um objetivo valorizado; conformidade ou
adaptação às expectativas do grupo; diversidade de características pessoais
dotadas de valor intrínseco.
A ênfase no caráter organizacional da liderança
também é reforçada por R. m. Stogdill, em Leadership, membership, organizaton
(1950; Liderança, participação, organização), quando escreve que a
liderança não é condição passiva ou possessão pura e simples de certos traços
ou certas combinações de traços, como expressão de uma ativa participação e
demonstração de capacidade para conduzir cooperativamente à realização de
metas.
Atribui ao líder função análoga à do ego na organização estrutural da
personalidade. Como consequência, destaca como desempenho característico o da
facilitação adaptativa à realidade exterior e o desenvolvimento do grupo com
redução ou total eliminação de conflitos.
É de assinalar que a conceituação centrada na estrutura
do grupo constitui-se numa contribuição derivada do movimento gestaltista.
O conceito de
Gestalt (forma), entendido como estrutura integrada de componente figural e
sistema de referência, converteu-se no modelo para análise da liderança. Dentro
dessa perspectiva equiparou-se o líder a uma figura que emerge de um fundo ou
contexto, a ele permanecendo vinculado através de contínua troca de
influências.
Precisamente em função desse modelo recusou-se a
conceituação do líder como entidade isolada. Suas funções ou desempenhos não
exprimiriam prerrogativas inerentes imutavelmente ligadas à sua personalidade,
mas delegações funcionais cassadas a qualquer momento, como expressão de
processos de reestruturação do campo social.
Quem melhor explorou tal perspectiva foi J. F. Brown em
Psychology
and social ordem (1956; A Psicologia e a ordem social).
Brown, em rigorosa obediência à teoria de campo,
elaborada por Kurt Lewin, conceituou a liderança como região de alta potência e
elevada tensão no campo social, inclusive propondo leis dinâmicas de controle.
Kurt Koffka, em Principles of Gestalt psychology
(1935; Princípios de psicologia da forma), define a liderança como
expressão da articulação interna dos grupos sociais, por ele definidos como Gestalten
(formas) fracas, nos sentido de não serem totalmente determinadas pelo
grupo as propriedade reveladas pelos seus integrantes.
Evolução dos
estudos sobre liderança
O desenvolvimento sobre estudos sobre liderança pode
ser considerado em função de dois critérios: o da maneira como foi conceituada; e dos métodos utilizados em seu
estudo.
No tocante ao primeiro critério, distinguem-se duas
perspectivas: a que vincula a liderança estritamente aos atributos pessoais do
líder; a que insistiu em subordiná-la a função organizacional.
A primeira predominou no início do século atual; a
segunda decorreu das contribuições do movimento gestaltista, tendo apoio,
portanto, nas obras de Kurt Lewin e Kurt Koffka.
A conceituação da liderança em termos de atributos
pessoais expressou-se de forma radicalizada, na tese do líder nato.
A liderança era isolada dos processos de articulação e rearticulação da estrutura do grupo, ressaltando-se apenas, em contrapartida, as características que se avolumaram em torno dessa perspectiva, foi ela abandonada.
A liderança era isolada dos processos de articulação e rearticulação da estrutura do grupo, ressaltando-se apenas, em contrapartida, as características que se avolumaram em torno dessa perspectiva, foi ela abandonada.
Nem o caráter
estritamente temporário do desempenho, por decorrência, os contínuos processos
de marginalização que o atingem. Tampouco o sentido rigorosamente restritivo de
seu exercício recebia explicação, dado que á flutuação nas investiduras em
função das características situacionais.
No que concerne à metodologia utilizada, também se
distinguem dois períodos.
No primeiro, em consonância com a tese individualista,
mobilizou-se o método descritivo.
A tarefa consistia na realização de um simples
levantamento de atributos pessoais, visando-se à detecção daqueles que
definiriam a própria essência da liderança.
Como assiná-la A. Bavelas, a
preocupação em caracterizar os traços pessoais dos líderes envolveu duas
estratégias: a que pretendeu proceder a levantamentos aleatórios e a que, em nível
mais sofisticado, se estruturou em torno das técnicas de construção de testes,
lançando mão da técnica da análise fatorial.
A infecundidade desses procedimentos justificou a
adoção de ouras formas de abordagem. Recorreu-se ao método experimental,
adotando-se como técnica de abordagem o estudo de pequenos grupos. Precisamente
aqui a contribuição decisiva pertence a Kurt Lewin, com o movimento da dinâmica
de grupo. Contribuição também de relevância pode ser creditada a J. L. Moreno, Who
shall survive (1934; Quem sobreviverá), com o movimento
baseado na sociometria.
![Resultado de imagem para sociometria](https://image.slideserve.com/963312/sociometria-n.jpg)
As ideais básicas surgiram por volta de 1921, quando
Moreno observou, em pequenos grupos de crianças, processos de atração e
rejeição, de simpatia e antipatia, dos quais resultavam diferentes graus de
aceitação e isolamento individual tomando por base tal fenômeno, começou Moreno
a trabalhar na composição de testes que possibilitaram a media desses
processos.
A técnica adotada consistiu na solicitação feita a cada membro dos
grupos pesquisados, no sentido de indicarem os elementos com os quais preferiam
conviver em diferentes situações (jogos, passeios, trabalho, etc.).
As respostas permitiam a composição de sociogramas,
mediante os quais ficavam representadas as posições de cada um relativamente
aos sentimentos de aceitação e rejeição dos demais.
Consoante à direção das
escolhas, tinham-se diferentes gráficos, incluídos em três grandes espécies: os
sóciogramas em cadeia, em estrela e em redes. Esses últimos traduziriam o mais
alto grau de integração e coesão social.
A construção de sociogramas e o seu adequado estudo
favoreceram a apreensão do significado de determinadas funções sociais.
Isto
está claramente ilustrado pelos exemplos registrados por Moreno em seu estudo.
A distinção, por exemplo, entre personalidades populares e personalidades em
desempenho do papel de liderança tornou-se fácil através do exame das formações
obtidas.
No primeiro caso, as indicações provinham de
individualidades por si mesmas apagadas e pouco representativas; no segundo
caso, decorriam de personalidades já beneficiadas por outras indicações e
preferências.
Uma das mais amplas aplicações dos recursos
sociométricos foi a realizadas por C.P. Loomis, em 1941, quando procurou
precisar, em diagrama, a situação social de uma pequena povoação do New
México.
No caso simples indicação verbal
das preferências foi substituída pelo registro da frequência das relações de
vizinhanças, surpreendendo-se, dessa forma, todos os subgrupos espontaneamente
organizados no interior da coletividade.
![Ficheiro:Moreno mit bueste.gif](https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/ee/Moreno_mit_bueste.gif)
Jacob Levy Moreno (18 de maio de 1889 - 14 de maio de 1974), foi um médico, psicólogo, filósofo, dramaturgo romeno-judeu nascido na Romênia, crescido na Áustria (Viena) e naturalizado americano criador do psicodrama e pioneiro no estudo da terapia em grupo. Tem grandes contribuições no estudo dos grupos, em psicologia social e é o criador da sociometria.
Exatamente esse aspecto, isto é, o da possibilidade de se acompanhar a formação de grupos naturais, por oposição aos que tiram sua existência de condições artificiais, constitui um dos grandes méritos da sociometria, conforme indicação do próprio Moreno.
De resto, essa vantagem tem indiscutível reflexo no estudo dos
processos relacionados com a emersão dos líderes.
![Resultado de imagem para sociometria](https://rosacukier.com.br/wp-content/uploads/2017/10/Fundamentos-do-Psicodrama1-1024x671.jpg)
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Encyclopaedia Britanica do Brasil Publicações Ltda. São Paulo - Rio de Janeiro Brasil
Kátia Rumbelsperger
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Kátia Barbosa Rumbelsperger, Psicoeducadora
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Minha trajetória profissional é marcada por uma profunda dedicação à educação, psicoterapia e ao desenvolvimento humano. Sou mãe, casada e avó.
Sou formada em Pedagogia, com especialização nas séries iniciais e fundamentais, além de possuir um vasto conhecimento em administração. Minha paixão pela educação e pelo apoio ao desenvolvimento integral das pessoas me levou a diversas formações e atuações no campo da psicologia, psicanálise e terapias holísticas.
Minhas Formações
Pedagogia: Séries Iniciais, Fundamentos e Administração
Psicopedagogia: Clínica e Institucional
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Analista Transacional
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