Quando se fala sobre comportamento desviante, rapidamente você deve relacionar à criminalidade, às doenças mentais ou às psicopatias, ou seja, associa o crime a questões individuais dos delinquentes.
Entretanto, estudos sobre o comportamento desviante demonstraram que muitos outros fatores, como, por exemplo, fatores ambientais, influenciariam o comportamento delitivo, além das questões relacionadas aos transtornos mentais.
Nesta artigo de Aprendizagem, você aprenderá a definição de comportamento desviante, podendo estabelecer uma relação desse comportamento com o ciclo vital.
Bons estudos.
A idade de atividades relacionadas à delinquência inicia no contexto escolar em torno de 10 anos, aumentando até por volta dos 16 anos e diminuindo até os 20 anos.
Portanto, a maioria dos casos de delinquência fica restrita à adolescência.
Os comportamentos delinquentes graves e violentos com início na infância, continuando na adolescência e permanecendo ao longo da vida adulta podem ser considerados nos casos de transtorno de personalidade antissocial ou de psicopatia.
A avaliação psicológica no contexto jurídico deve sofrer algumas adaptações quanto aos procedimentos metodológicos de acordo com as especificidades da atuação, principalmente a avaliação forense, quando exercida como atividade pericial.
Sendo assim, esta se diferencia da avaliação realizada em um contexto clínico, pois deve prestar informações aos agentes jurídicos sobre questões psicológicas de um indivíduo em relação a uma demanda judicial, a qual poderá ser utilizada pelo Estado para realizar intervenções na vida do indivíduo avaliado.
Acompanhe o caso a seguir.

Rodrigo, 20 anos, estudante foi conduzido à Delegacia de Polícia após ser flagrado fazendo uso de maconha em uma festa. O jovem admitiu uso rotineiro dessa substância e foi liberado após registro da ocorrência, com o compromisso de posteriormente comparecer ao Juizado Especial Criminal.
Considerando essas circunstâncias e o encaminhamento do jovem para a avaliação da dependência química, quais passos devem ser seguidos pelo psicoterapeuta e como você deveria fazer a avaliação desse caso?
Avaliação de Dependência Química de Rodrigo
Dada a situação de Rodrigo, a abordagem do psicoterapeuta deve ser cuidadosa e abrangente. Aqui estão os passos a serem seguidos para uma avaliação completa e eficaz:
1. Anamnese Completa:
- Histórico Pessoal e Familiar: Recolher informações detalhadas sobre a vida de Rodrigo, incluindo antecedentes familiares de uso de substâncias, saúde mental e histórico médico.
- Histórico de Uso de Substâncias: Entender quando e como Rodrigo começou a usar maconha, a frequência do uso, quantidade consumida e se houve uso de outras substâncias.
2. Avaliação Psicológica:
- Entrevistas Clínicas: Realizar entrevistas estruturadas e semiestruturadas para avaliar o estado mental de Rodrigo, incluindo sintomas de ansiedade, depressão e outros transtornos mentais.
- Testes Padronizados: Aplicar testes psicométricos validados para avaliar a dependência química, como o ASSIST (Alcohol, Smoking and Substance Involvement Screening Test) ou o DUDIT (Drug Use Disorders Identification Test).
3. Avaliação de Funcionamento Social:
- Relações Interpessoais: Analisar a qualidade das relações de Rodrigo com amigos, família e colegas, e como o uso de substâncias impacta essas relações.
- Desempenho Acadêmico e Ocupacional: Avaliar se houve impacto negativo nos estudos ou trabalho devido ao uso de maconha.
4. Avaliação de Comportamento Delinquente:
- Histórico de Comportamento: Investigar se há outros comportamentos delinquentes além do uso de maconha e em que contextos esses comportamentos ocorrem.
- Avaliação de Risco: Considerar a possibilidade de transtornos de personalidade antissocial ou outros transtornos comportamentais graves.
5. Elaboração de um Plano Terapêutico:
- Definição de Objetivos: Estabelecer objetivos claros e realistas para o tratamento, incluindo a redução ou cessação do uso de substâncias.
- Intervenções Terapêuticas: Propor intervenções baseadas em evidências, como terapia cognitivo-comportamental (TCC), terapia de esquemas ou terapia motivacional.
- Apoio Adicional: Considerar a necessidade de encaminhamentos para grupos de apoio, assistência social ou outros recursos comunitários.
6. Relatório Pericial:
- Redação do Relatório: Escrever um relatório detalhado para os agentes jurídicos, explicando as conclusões da avaliação, o impacto do uso de substâncias na vida de Rodrigo e as recomendações para tratamento.
- Informação Clara e Objetiva: Garantir que o relatório seja claro, objetivo e que forneça informações relevantes para a demanda judicial.
Seguindo esses passos, o psicoterapeuta pode oferecer uma avaliação completa e fundamentada que não só ajudará Rodrigo em seu processo de recuperação, mas também fornecerá informações valiosas para as intervenções jurídicas necessárias. 😊
Diante do exposto, o psicoterapeuta deve:
- Fazer uma leitura dos autos do processo: deve conter a identificação da demanda das questões psicológicas e itens a serem respondidos.
- Levantamento de hipóteses: irá ajudar o psicólogo a selecionar o método de coleta de dados. Nesse caso, avaliando a questão da dependência química do jovem.
- Coleta de dados: envolve a entrevista inicial com o indivíduo e outras pessoas ou instituições, caso seja necessário.
Os familiares devem ser investigados sobre a possível dependência química, prestando atenção nos fenômenos comportamentais, cognitivos e fisiológicos que envolvem o uso e/ou que são consequências desta.
Outros possíveis transtornos associados também podem ser avaliados, como a ansiedade, por exemplo.
- Planejamento de testes e/ou técnicas: deve ocorrer de acordo com o que for apurado nas entrevistas.
- Aplicação da bateria de testes: um teste é utilizado para a verificação da dependência em si e outro para a verificação de transtornos que podem estar associados a essa dependência.
- Interpretação dos resultados: deve ser realizada com base nas informações colhidas na entrevista e nos autos do processo.
- Confecção do laudo psicológico: deve responder à demanda originada pelo juiz e qualquer pergunta que conste no processo judicial.
Muitas podem ser as causas que contribuem para o envolvimento dos indivíduos com o crime.
Estudos relacionados a esse tema são encontrados na literatura científica e relatam diversos fatores responsáveis pelo desenvolvimento desses comportamentos desviantes.
No Infográfico a seguir, você vai ver uma síntese dos fatores encontrados na psicologia criminal sobre as causas do comportamento desviante.
É possível acompanhar o esforço de estudiosos de diversas áreas de conhecimento, os quais buscam compreender o comportamento de jovens e adultos com condutas desviantes.
Ter a compreensão das causas desses comportamentos permite refletir sobre possíveis intervenções psicossociais e políticas públicas, as quais podem vir a auxiliar esses indivíduos, assim como a sociedade.
Um dos problemas sociais mais relevantes na atualidade são os comportamentos
socialmente desviantes (WAISELFISZ, 2013).
Entretanto, nem todo comporta
mento desviante pode ser enquadrado como crime. Segundo Grangeiro (2014),
existe uma confusão conceitual sobre o significado desse comportamento,
formado por duas dimensões: uma se refere a condutas antissociais e outra a
condutas delitivas.
As condutas antissociais, então, seriam apenas comportamentos socialmente
indesejáveis, não podendo ser definidas como violações legais.
As condutas
delitivas envolveriam ações que transgrediriam o Código Penal, indo além das
normas sociais (MEDEIROS, 2017).
Como visto, não devemos associar todo
comportamento desviante a algo criminoso, já que todos nós, em algum momento, podemos nos comportar de maneira contrária às condutas normativas.
👉Exemplo: São exemplos de comportamento desviante relacionado a condutas antissociais seria
estacionar em local proibido, furar a fila, entre outros.
Devido a esses aspectos negativos relacionados aos comportamentos desviantes, atualmente tem se estudado bastante a respeito dos fatores que levariam
os indivíduos a ter esses comportamentos.
Segundo Medeiros (2017), alguns
estudos falam sobre as bases neurobiológicas para o comportamento desviante,
outros abordam traços de personalidade para predição desses comportamentos,
enquanto outros ainda analisam variáveis contextuais de transgressão às normas
sociais e legais, evidenciando uma preocupação com fatores envolvidos nas
causas, na origem e genealogia da delinquência.
A delinquência facilmente é associada a classes socioeconômicas menos favorecidas,
como se essa variável de base social fosse uma predisposição ao comportamento
socialmente indesejável. No entanto, nos estudos de Letourneau e colaboradores (2013)
e O’Riordan e O’Connell (2014), essa teoria não se confirma. Entretanto, outras variáveis,
como idade e sexo, revelam que os homens tendem a ter mais comportamentos
antissociais do que as mulheres, pois elas acabam por buscar menos afiliação a pares
antissociais. Além disso, com o avanço da idade e a exposição a alguns estímulos, os
comportamentos antissociais se desenvolvem (MEDEIROS, 2017).
Outros estudos falam sobre o papel da família tanto como fator protetivo
quanto como fator preditivo para as condutas antissociais e delitivas, já que
é no ambiente familiar que a criança aprende as primeiras regras sociais.
Assim, os pais agressivos e negligentes acabam promovendo um ambiente
social negativo, podendo contribuir para que a criança tenha comportamentos
desviantes no futuro.
Por fim, outros estudos estão relacionados aos processos
envolvidos no desenvolvimento desses comportamentos desviantes no ciclo
vital, com suas constâncias e sua variação.
Os estudos a respeito das práticas infracionais começaram a ser desenvolvi
dos nas décadas de 1950 e 1960. Eles tinham inicialmente como foco descobrir
as causas, a origem e a genealogia da delinquência.
Posteriormente, buscaram
entender o que poderia desenvolver esses comportamentos infracionais. Silva e
Rossetti-Ferreira (2002), em um estudo em que analisou a literatura científica
sobre a prática infracional ao longo do ciclo vital, dividiram seus achados em
dois grupos.
Um referente aos fatores causais e sua continuidade, trazendo
a ideia de que esse comportamento infracional teria um padrão de repetição
e estabilidade ao longo do ciclo.
O outro grupo referia-se a um padrão de
comportamento descontinuado, com fatores protetivos à prática infracional.
Quadro 1. Fatores causais da prática infracional ao longo do ciclo vital
Nesses casos, os fatores mais recorrentes eram atribuídos ao âmbito familiar, de forma que um ambiente familiar social negativo estaria relacionado
à permanência do indivíduo em atividades antissociais, inclusive com manifestações de agressividade desde a infância.
Muitos estudos, de acordo com
Silva e Rossetti-Ferreira (2002), relatam que a família geraria um mecanismo
que acabaria por reproduzir a criminalidade, como em uma transmissão
transgeracional. Os estudos sugerem, dessa maneira, que o comportamento
desviante seria um processo permanente e que era possível se ampliar e ficar
mais severo com o tempo.
Esses estudos, no entanto, não conseguiram explicar alguns pontos importantes. Embora, em muitos casos, os indivíduos persistissem com práticas
infracionais ao longo de suas vidas, existiam casos em que alguns indivíduos
se envolviam com práticas infracionais apenas na adolescência; em outras
situações, eles recorriam ao crime a partir da idade adulta.
Em uma tentativa de explicar essa situação, novos elementos surgiram,
mostrando a possibilidade de um padrão de comportamento descontinuado,
com fatores protetivos à prática infracional.
O Quadro 2 mostra os resultados
da pesquisa de Silva e Rossetti-Ferreira (2002).
Nessa nova configuração, os fatores causais seriam considerados fatores
de risco.
Assim, as situações vivenciadas pelos indivíduos poderiam competir, compensar e reduzir o impacto entre elas.
Esses fatores, por sua vez,
também poderiam favorecer o não envolvimento com o ato criminal.
Caso o
indivíduo se envolvesse com o crime, poderia vir a desistir de tal ato (SILVA;
ROSSETTI-FERREIRA, 2002).
Nos estudos mais recentes, os pesquisadores têm procurado uma maior
compreensão das diferentes trajetórias do envolvimento com o crime, o que
leva os indivíduos a continuar cometendo o ato criminal e o que os faz deixar
esse tipo de comportamento.
Patterson (1993) estima que apenas metade
das crianças com comportamento antissocial chega a se tornar delinquente,
além disso, apenas 37,5% desses adolescentes delinquentes se tornam adultos
infratores.
👉Essa estimativa demonstra um decréscimo de comportamentos
antissociais ao longo do ciclo vital dos indivíduos.
Assim, os pesquisadores Loeber e Stouthamer-Loeber (1998) propuseram uma classificação para os critérios de entrada e desistência de infrações
(Quadro 3)
Silva e Rossetti-Ferreira (2002) fazem uma crítica em relação aos poucos
estudos relacionados à descontinuidade dos atos infracionais, já que, sem esses
dados, é difícil propor políticas de intervenção.
Por fim, a descontinuidade
das condutas criminais está relacionada a diversas variáveis sociopsicológicas
que resultam da interação do indivíduo com o meio.
Avaliação de indivíduos com comportamentos
desviantes
A avaliação psicológica é um processo técnico e científico que pode ser realizado individualmente ou em grupos, constituindo uma fonte de informações
sobre o funcionamento psicológico dos indivíduos.
Ela requer um planejamento
prévio para uso dos instrumentos apropriados, como entrevista, observação,
técnicas, testes psicológicos, entre outros.
Os resultados das avaliações devem considerar e analisar os condicionantes
históricos sociais e seus efeitos no psiquismo, com a finalidade de servirem
como instrumentos para atuar não somente sobre o indivíduo, mas na modificação desses condicionantes que operam desde a formulação da demanda
até a conclusão do processo de avaliação psicológica.
Segundo Rovinski (2006), a avaliação psicológica no contexto jurídico
deve sofrer algumas adaptações quanto aos procedimentos metodológicos
de acordo com as especificidades da atuação, principalmente a avaliação forense, quando exercida como atividade pericial.
Nesse contexto, a avaliação
forense se diferencia da avaliação realizada em um contexto clínico (caráter assistencial), pois deve prestar informações aos agentes jurídicos sobre
questões psicológicas de um indivíduo em relação a uma demanda judicial,
a qual poderá ser utilizada pelo Estado para realizar intervenções na vida do
indivíduo avaliado.
Ainda assim, pode levar a uma compreensão mais ampla
da saúde e proteção de direitos aos autos processuais, de maneira a revelar a
subjetividade do indivíduo (ROVINSKI, 2006).
Saiba mais 👉Na avaliação forense, o resultado deve ultrapassar o diagnóstico e a compreensão do
mundo interno do paciente, de forma a associar tais achados clínicos aos constructos
legais a eles relacionados. Mesmo que a compreensão do caso e o diagnóstico sejam
importantes para o perito, não se constituem seu trabalho final (ROVINSKI, 2006).
Segundo Jung (2014, p. 2):
A estratégia combinada de entrevistas e testes deve ser colocada a serviço
das necessidades de cada sujeito, das circunstâncias concretas e do objetivo
da avaliação, de forma a evitar qualquer tentativa de construção de baterias
estandardizadas a determinados tipos de problemas legais
Comportamento desviante e estrutura social
Até bem pouco tempo atrás, as crianças, os adolescentes e os adultos eram tratados da mesma maneira, não se considerando os estágios de desenvolvimento
do ser humano e seus aprendizados nas diferentes etapas da vida.
Segundo
Trindade (2012), sempre houve crianças, mas nem sempre a infância.
Nesse
sentido, Mendez (2010 apud MARINHO; GALINKIN, 2017) relata que no Direito Penal, até 1919, menores de idade eram considerados praticamente da mesma maneira que adultos, com a diferença que os menores de 7 anos seriam
incapazes e seus atos eram equiparados aos dos animais.
No Brasil, em 1890, foram atribuídas algumas fases do ciclo de vida. A
infância era considerada até os 9 anos e, para fins jurídicos, as crianças eram
consideradas irresponsáveis por qualquer ato.
A impuberdade era considerada
dos 9 aos 14 anos e, caso houvesse algum problema com a justiça, essas crianças
eram levadas ao juiz para que ele avaliasse a capacidade de discernimento do
certo e errado.
A partir dos 14 anos, qualquer adolescente era julgado como
um adulto (TRINDADE, 2012).
No primeiro Código de Menores do Brasil, em 1927, foi consolidada a lei
de proteção e assistência aos menores.
A partir disso, começou-se a pensar em
condições especiais e etapas de desenvolvimento para crianças e adolescentes.
Entretanto, no dia a dia, as crianças não tinham o mesmo tratamento de acordo
com as ideias propostas.
Com o passar do tempo, foi criado o Estatuto da Criança e do Adolescente,
em 1990.
Esse estatuto, ainda vigente, instaurou um regime protecionista que
não permite a responsabilização da criança e do adolescente infrator, considerados vítimas da sociedade desigual e injusta (BRASIL, 1990).
Nos casos de
infrações de adolescentes, os pais são responsabilizados, e os adolescentes,
se o juiz determinar, sofrem sanções que podem ser:
prestação de serviços à comunidade, como uma forma de reparação
pelo erro cometido;
liberdade assistida;
reclusão a uma instituição socioeducativa nos casos mais graves ou
de reincidência.
A adolescência, compreendida como uma etapa de desenvolvimento que se
caracteriza pela busca de identidade e pela formação de valores, constitui uma
fase de mudanças e de transformações (físicas, psicológicas e relacionais) que
expõe o adolescente a fenômenos de risco tais como drogas, violência e as doenças sexualmente transmissíveis [...] A busca de identidade e a experimentação
que acompanha a trajetória de construção de valores posteriores implicam
extremos, tensão de limites, perdas e contradições, acertos e desacertos.
A idade de atividades relacionadas à delinquência inicia no contexto escolar
em torno de 10 anos, aumentando até por volta dos 16 anos e diminuindo até
os 20 anos.
Ela permanece ativa até os 45 anos nos casos em que o indivíduo
possui psicopatia (HARE, 2004). Portanto, a maioria dos casos de delinquência fica restrita à adolescência.
Os comportamentos delinquentes graves e
violentos com início na infância, continuando na adolescência e permanecendo
ao longo da vida adulta podem ser considerados nos casos de transtorno de
personalidade antissocial ou de psicopatia (HARE, 2004).
Nesse processo de diminuição da delinquência entre a adolescência e a
vida adulta, a família possui papel fundamental.
Assim, se ela for eficaz no
sentido de promover o desenvolvimento do autocontrole, fizer uma supervisão
efetiva e fornecer uma educação coerente, provavelmente vai conseguir fazer
a criança avaliar as consequências dos seus atos, bem como respeitar as regras
e as pessoas.
Em seu estudo, Grossi e colaboradores (2000) identificaram que
o vínculo afetivo e a boa comunicação entre pais e filhos podem manter uma
relação familiar de maneira a satisfazer as necessidades dos seus membros
nas mais diferentes fases de desenvolvimento, podendo, inclusive, prevenir
esses comportamentos desviantes no futuro.
Pelo contrário, se a família for pouco consistente na disciplina, não identificar os comportamentos antissociais nos filhos, desqualificar a supervisão
de professores, delegar as funções da família para outros e for ineficaz para
impor limites e respeito às regras, proporcionará à criança uma socialização
pobre.
Assim, uma pessoa com baixo autocontrole costuma ser impulsiva,
assim, seus ganhos imediatos costumam ser uma motivação.
O mau exemplo
da família também pode favorecer que a criança e o adolescente percebam
como normal algo que não é adequado, como, por exemplo, o uso de drogas
lícitas e ilícitas, a violência doméstica, a agressão verbal, entre outros.
Assim, à medida que os adolescentes se afastam da família e aderem a
grupos de iguais, podem se expor a experiências prejudiciais, como o uso
de drogas ou outros comportamentos.
Isso ocorre por causa da pressão do
grupo para que o adolescente assuma os comportamentos vividos pelos seus
membros como forma de buscar a autoafirmação, mesmo que não estejam em
conformidade com as normal e leis familiares.
Essas normas do grupo então
se tornam mais importantes do que as normas familiares, mesmo porque, na
família, existe a presença do controle e dos limites, o que os adolescentes não
gostam de observar, tendo em vista que preferem passar por suas próprias
experiências, direcionando-as às atividades de risco (FORMIGA, 2005).
O desenvolvimento dos indivíduos, por fim, acaba acontecendo por meio
de conflitos e crises.
Nessa negociação que o indivíduo estabelece com o
meio (família, amigos, colegas, instituições), vai moldando a sua identidade,
diferenciando-se dos membros do grupo enquanto vai saindo da adolescência
ou enquanto adulto.
À medida que o indivíduo permanece cometendo atos
delitivos na saída da adolescência, torna-se cada vez mais difícil, ao longo
de sua vida, a saída desse meio. Quanto mais velho se torna, mais difícil é
o rompimento das práticas infracionais. Segundo Silva e Rossetti-Ferreira
(2002, p. 581):
[...] colocam a pessoa numa posição duplamente difícil [...]. Por um lado, porque
exige o rompimento com os seus pares infratores, cuja cultura é marcada por
uma forte cobrança de permanência, lealdade e pelo poder da palavra empenhada. Por outro, porque requer esforços que superem o preconceito social
contra o infrator presente nos olhares, nas impossibilidades de obtenção de
emprego, nas formas de relacionamentos e de denominações veiculadas no
cotidiano. [...]. São essas tramas, carregadas de preconceito e concepções sobre
infratores e infrações, que imprimem um caráter mais rígido e determinado
da prática infracional ao longo da vida da pessoa.
Percebemos então que não somente o componente biológico atua para a
criminalidade.
Os fatores como o contexto físico, o contexto socioeconômico e
a falta de práticas educativas são bastante prejudiciais para o desenvolvimento
de habilidades sociais em crianças e adolescentes.
Um conhecimento mais
integrado que propicie componentes biológicos, sociológicos e psicológicos
para o desenvolvimento pode aumentar a probabilidade de uma maior com
preensão do comportamento desviante, podendo promover a sua prevenção.
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Faça esse exercício para refletir melhor |
Exercício de Capacitação para Lidar com Indivíduos Delinquentes
Objetivo:
Capacitar educadores, pais, profissionais do sistema de justiça, escolas, igrejas e comunidades para lidar de forma eficaz e empática com indivíduos envolvidos em comportamentos delinquentes, promovendo um ambiente de apoio e recuperação.
Instruções:
Este exercício é composto por atividades práticas e reflexivas que devem ser realizadas em grupo ou individualmente. Cada seção tem um objetivo específico e deve ser seguida passo a passo.
Atividades:
1. Compreensão do Comportamento Delinquente:
- Leitura e Discussão:
- Leia um artigo ou capítulo de livro sobre os fatores que contribuem para o comportamento delinquente.
- Discussão em Grupo: Reúna-se com seu grupo e discuta as principais causas e consequências dos comportamentos delinquentes. Quais fatores são mais prevalentes em sua comunidade?
2. Empatia e Escuta Ativa:
- Role-Playing:
- Forme pares e pratique técnicas de escuta ativa. Um dos participantes deve representar um indivíduo delinquente, enquanto o outro pratica a escuta empática, sem julgamento.
- Reflexão: Após o exercício, troquem papéis e reflitam sobre como se sentiram ao ouvir e ser ouvidos.
3. Intervenções Positivas:
- Estudo de Caso:
- Analise um estudo de caso de sucesso em intervenção com jovens delinquentes. Identifique as estratégias utilizadas e discuta em grupo como essas estratégias podem ser aplicadas em sua comunidade.
- Planejamento: Cada participante deve esboçar um plano de ação para uma intervenção positiva em um caso fictício ou real de delinquência na sua área de atuação.
4. Parcerias Comunitárias:
- Mapeamento de Recursos:
- Identifique e liste os recursos disponíveis em sua comunidade que podem apoiar a reabilitação de jovens delinquentes (e.g., programas de mentoria, apoio psicológico, atividades extracurriculares).
- Networking: Proponha maneiras de fortalecer as parcerias entre escolas, igrejas, justiça e outras organizações para criar uma rede de suporte eficaz.
5. Educação e Sensibilização:
- Workshop Educativo:
- Organize um workshop educativo para outros membros da comunidade sobre como lidar com comportamentos delinquentes. Inclua atividades interativas, discussões e apresentação de informações relevantes.
- Feedback: Colete feedback dos participantes para melhorar futuras iniciativas educativas.
6. Avaliação e Reflexão:
- Questionário de Autoavaliação:
- Preencha um questionário de autoavaliação sobre suas percepções e atitudes em relação a indivíduos delinquentes antes e após a realização das atividades.
- Reflexão: Compartilhe suas reflexões em grupo, focando nas mudanças de perspectiva e no aprendizado adquirido.
Reflexão Final:
Ao final das atividades, reúna o grupo para uma reflexão coletiva sobre os desafios e aprendizados durante o exercício.
Discuta como cada um pode aplicar o que aprendeu em suas práticas diárias e quais passos adicionais podem ser tomados para continuar a apoiar e reabilitar indivíduos delinquentes na comunidade.
---
Espero que este exercício seja útil para promover uma abordagem mais compreensiva e eficaz no manejo de comportamentos delinquentes. Se precisar de mais alguma ajuda ou tiver perguntas, estou aqui para ajudar! 😊
Exercício: A Psicologia do Comportamento Desviante
Objetivo:
Este exercício visa ajudar meus clientes, alunos e leitores a entenderem melhor os fatores psicológicos que contribuem para o comportamento desviante e desenvolver estratégias para abordar esses comportamentos de maneira eficaz e empática.
Instruções:
Leia atentamente cada seção e complete as atividades propostas. Discuta suas respostas e reflexões com o grupo ou individualmente, dependendo do contexto de aplicação.
Atividades:
1. Compreensão dos Conceitos:
- Definição: Pesquise e escreva uma definição clara de comportamento desviante. Inclua exemplos para ilustrar sua resposta.
- Discussão: Em grupo, discuta como os conceitos de norma social e desvio podem variar em diferentes contextos culturais e sociais.
2. Fatores Contribuintes:
- Análise de Fatores: Liste e explique pelo menos cinco fatores que podem contribuir para o comportamento desviante (e.g., influências sociais, econômicas, psicológicas).
- Estudo de Caso: Analise um estudo de caso real ou fictício de comportamento desviante. Identifique os fatores contribuintes presentes no caso.
3. Impactos do Comportamento Desviante:
- Reflexão: Escreva uma breve reflexão sobre como o comportamento desviante pode afetar o indivíduo, sua família e a comunidade.
- Discussão: Em grupo, debata possíveis estratégias para mitigar os impactos negativos do comportamento desviante.
4. Intervenções e Estratégias:
- Planejamento de Intervenção: Escreva um plano detalhado para uma intervenção que poderia ser implementada para ajudar uma pessoa envolvida em comportamentos desviantes. Considere abordagens psicoterapêuticas, educacionais e sociais.
- Role-Playing: Em pares ou pequenos grupos, pratiquem cenários de intervenção. Um participante assume o papel de um conselheiro, enquanto o outro representa a pessoa envolvida em comportamento desviante.
5. Parcerias e Recursos:
- Mapeamento de Recursos: Identifique recursos locais que podem ser úteis na intervenção de comportamentos desviantes (e.g., grupos de apoio, serviços de saúde mental, programas educacionais).
- Networking: Proponha maneiras de fortalecer as parcerias entre escolas, igrejas, justiça e outras organizações para criar uma rede de suporte eficaz.
6.Reflexão Final:
- Autoavaliação: Complete um questionário de autoavaliação sobre suas percepções e atitudes em relação ao comportamento desviante antes e após realizar as atividades.
- Discussão em Grupo: Compartilhe suas reflexões com o grupo, focando nas mudanças de perspectiva e no aprendizado adquirido.
Reflexão Final:
Reúna-se com o grupo para uma reflexão coletiva sobre os desafios e aprendizados durante o exercício.
Discuta como cada um pode aplicar o que aprendeu em suas práticas diárias e quais passos adicionais podem ser tomados para continuar a apoiar indivíduos envolvidos em comportamentos desviantes.
---
Espero que este exercício seja útil para promover uma abordagem compreensiva e eficaz na gestão e intervenção de comportamentos desviantes. Se precisar de mais alguma ajuda ou tiver perguntas, estou aqui para ajudar! 😊
Contato: (21)96885-8565
Atendimento online, presencial e ou híbrido
Referencias:
BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do
Adolescente e dá outras providências. Brasília, DF, 1990. Disponível em: . Acesso em: 13 ago. 2018.
FORMIGA, N. S. Comprovando a hipótese do compromisso convencional: influência
dos pares socionormativos sobre as condutas desviantes em jovens. Ciência e Profissão.
Brasília, DF, v. 25, nº 4, p. 602-613, 2005.
Leituras recomendadas
NUNES, L. M. et al. Avaliação psicológica de jovens com comportamentos desviantes.
Análise Psicológica, Lisboa, v. 33, nº 2, p. 179-193, jun. 2015.
SILVA, A. P. S.;
ROSSETTI-FERREIRA, M. C. Infrações praticadas por adolescentes em
Ribeirão Preto (SP): 1984-1996. Revista Brasileira de Ciências Criminais, 37, 169-190, 2002.
Fecundação:
Os primeiros registro da matriz de todos os sentimentos de rejeição ou amor é vivido pelo ser humano, tem sua primeira experiência na FECUNDAÇÃO
Por isso é necessário que a gestação seja regada de sentimentos de amor e acolhimento.
Esse registro será determinante para que a pessoa apresente em sua vida características e comportamentos para toda sua vida.
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Instituto Katia Rumbelsperger 360 Graus (IKR)
No Instituto Katia Rumbelsperger 360 Graus (IKR), utilizamos o Método DNA (Desenvolvimento Natural do Autoconhecimento), que tem como objetivo promover o crescimento pessoal e o autoconhecimento através de abordagens integradas e inovadoras.