Reconectando com a Maturidade: Um Exercício para Superar Pensamentos Infantis e Fortalecer sua Identidade Adulta
Quando exploramos a frase "deixamos de ser para ser, tomar a vida dos outros adoecemos" a partir das lentes da Bíblia, teologia, neuropsicologia, neuropsicanálise, epistemologia, terapia de família, análise transacional e epigenética, percebemos a complexidade do conceito de identidade, autenticidade e a influência do outro na construção de quem somos.
👉Vou tecer uma análise de cada uma dessas áreas:
1. Visão da Bíblia e Teologia
Na Bíblia, o conceito de "ser" está intrinsecamente ligado ao propósito divino.
Em Gênesis 1:27, a criação do ser humano à imagem e semelhança de Deus estabelece que cada indivíduo tem uma identidade única.
Quando abandonamos essa identidade para tentar ser outra pessoa, violamos o plano original de Deus para nós. Romanos 12:2 nos exorta a não nos conformarmos ao padrão deste mundo, mas a sermos transformados pela renovação da mente.
Isso sugere que, ao tentar viver segundo as expectativas dos outros, nos afastamos do propósito divino e adoecemos espiritualmente e emocionalmente.
Na teologia cristã, a busca pela autenticidade também está conectada à ideia de "ser um com Cristo".
Quando assumimos identidades que não são nossas, deixamos de viver de forma autêntica e plena.
O conceito de "tomar a vida dos outros" pode ser interpretado como uma forma de idolatria ou de colocar outros em um pedestal, em vez de depender de Deus para encontrar nosso verdadeiro eu. Esse afastamento de nossa essência traz adoecimento espiritual.
2. Neuropsicologia
A neuropsicologia estuda como o cérebro influencia o comportamento.
Quando deixamos de ser nós mesmos e tentamos viver de acordo com as expectativas ou experiências de outros, criamos um conflito interno entre o que somos e o que aparentamos ser.
Isso pode gerar estresse crônico, ansiedade e depressão, visto que o cérebro está constantemente lidando com essa dissonância.
A neuroplasticidade nos mostra que, ao longo do tempo, o cérebro adapta seus circuitos de acordo com as experiências e as crenças que adotamos.
Se "tomarmos a vida dos outros", nossa identidade neural também começa a se moldar de forma desajustada, resultando em adoecimento cognitivo e emocional, como sensação de vazio, falta de propósito e confusão sobre quem realmente somos.
3. Neuropsicanalise
Na neuropsicanálise, uma fusão entre neurociência e psicanálise, o conceito de "deixar de ser para ser" pode ser visto como um distúrbio da identidade, muitas vezes relacionado a uma frágil formação do ego.
Freud fala sobre o "superego" — a internalização das normas e expectativas dos outros. Quando o superego domina o "eu" de forma patológica, o indivíduo passa a viver não conforme seus desejos inconscientes, mas segundo o que ele acredita que os outros esperam dele.
Nesse sentido, "tomar a vida dos outros" pode significar internalizar essas expectativas externas ao ponto de sufocar os próprios desejos e necessidades, levando a adoecimento emocional e psíquico, como angústia e sentimento de alienação.
4. Epistemologia
A epistemologia é o estudo do conhecimento.
Em um sentido epistemológico, "deixar de ser para ser" pode ser entendido como uma falha em conhecer a si mesmo.
Quando baseamos nossa identidade na percepção dos outros, adotamos uma visão do mundo e de nós mesmos que não é genuína ou autêntica.
Sócrates dizia: "Conhece-te a ti mesmo".
Esse autoengano epistemológico, em que tomamos o conhecimento dos outros como verdade sobre quem somos, nos afasta da verdadeira sabedoria e compreensão de nossa própria identidade, criando uma desconexão com a realidade e, assim, gerando adoecimento cognitivo e emocional.
5. Terapia de Família
Na terapia sistêmica familiar, Murray Bowen enfatiza o conceito de "diferenciação do self", que é a capacidade de um indivíduo de se separar emocionalmente de sua família de origem, mantendo sua identidade própria.
👉Quando "deixamos de ser para ser", muitas vezes estamos nos fundindo emocionalmente com o sistema familiar, assumindo papéis e responsabilidades que não são nossos.
Isso pode levar a uma sobrecarga emocional e a comportamentos disfuncionais dentro do sistema familiar, resultando em doenças emocionais, como ansiedade ou depressão.
Tomar a vida dos outros nesse contexto significa assumir os problemas, traumas ou expectativas de membros da família, o que pode sobrecarregar o indivíduo e criar um ciclo de adoecimento.
6. Análise Transacional
Na Análise Transacional, desenvolvida por Eric Berne, o conceito de "scripts" ou "roteiros de vida" é central.
Esses roteiros são padrões comportamentais que seguimos inconscientemente, muitas vezes determinados por mensagens recebidas na infância.
Quando "deixamos de ser para ser", podemos estar vivendo de acordo com o script de outra pessoa — como expectativas dos pais, da sociedade ou do cônjuge — e não segundo nossas próprias escolhas conscientes.
Isso se conecta ao conceito de 👉 "tomar a vida dos outros".
Ao adotar o roteiro de outra pessoa, o indivíduo adoece porque não está seguindo sua verdadeira natureza, mas sim um padrão que não corresponde à sua própria experiência e desejo de vida.
7. Epigenética
A epigenética nos ensina que nossas experiências de vida, incluindo o ambiente social e emocional, podem influenciar a expressão de nossos genes.
Quando "deixamos de ser para ser" e internalizamos o estresse ou a dor de outros, podemos literalmente alterar nossa biologia. Isso pode impactar a saúde física e mental ao longo do tempo.
Estudos mostram que o trauma e o estresse crônico podem ser transmitidos entre gerações através de marcas epigenéticas.
Quando "tomamos a vida dos outros", isso pode se manifestar biologicamente, alterando a maneira como nossos genes se expressam, resultando em doenças emocionais, mentais e até físicas.
👉Conclusão:
Ao integrar essas diferentes perspectivas, podemos ver que "deixar de ser para ser" e "tomar a vida dos outros" são expressões que descrevem a perda de autenticidade, o desvio do propósito pessoal e a adoção de identidades alheias.
Em cada abordagem — teológica, neuropsicológica, epigenética ou terapêutica — há um reconhecimento de que viver conforme as expectativas ou as dores dos outros cria desequilíbrio e adoecimento, tanto no corpo quanto na mente e no espírito.
A verdadeira cura e bem-estar estão na busca por uma vida autêntica, alinhada ao propósito individual, ao autoconhecimento e à saúde emocional, espiritual e relacional.
👉Aqui está um exercício voltado para adultos que apresentam pensamentos infantis, com base nos conceitos abordados anteriormente.
O objetivo é ajudar você se reconectarem com sua autenticidade, reconhecerem as influências externas que impactam seu comportamento e fortalecerem seu senso de identidade adulta.
Exercício: Fortalecendo a Maturidade Emocional e Identidade
Objetivo: Ajudar adultos a identificar e superar pensamentos infantis, reconhecendo áreas em que estão vivendo de acordo com expectativas externas e trabalhando para desenvolver uma identidade mais madura e autêntica.
Duração: 30-40 minutos
Passo 1: Reflexão sobre as Influências Externas
- Encontre um lugar calmo e confortável, onde possa refletir e escrever.
- Pense em situações recentes em que você agiu ou pensou de uma forma que parecia infantil, como reagir com impulsividade, insegurança, ciúmes, ou evitar responsabilidades.
- Anote três dessas situações.
- Exemplo: “Fiquei com raiva quando meu colega de trabalho foi promovido e eu não.”
Passo 2: Reconhecendo Expectativas Externas
Para cada uma das situações que você anotou, faça as seguintes perguntas e escreva suas respostas:
- Essa atitude ou pensamento foi influenciado por alguém ou por uma expectativa que eu acredito que os outros têm de mim?
- Exemplo: “Sim, sempre senti que meus pais me comparavam aos outros e isso me faz querer competir.”
- Se eu estivesse completamente livre para ser eu mesmo, sem medo do julgamento dos outros, como eu teria reagido?
- Exemplo: “Eu teria parabenizado meu colega pela promoção e buscado melhorar minhas próprias habilidades.”
Passo 3: Fortalecendo a Maturidade Emocional
Agora, com base nas suas respostas anteriores, faça as seguintes reflexões:
O que eu realmente desejo para minha vida adulta?
- Pense sobre seu trabalho, relacionamentos, emoções e sua visão de futuro. Anote três objetivos pessoais ou características que você quer desenvolver.
- Exemplo: “Quero ser mais confiante e menos dependente da aprovação dos outros.”
Quais habilidades ou comportamentos eu preciso cultivar para alcançar esses objetivos?
- Anote ao menos uma habilidade ou mudança de comportamento para cada objetivo listado.
- Exemplo: “Preciso aprender a comunicar meus sentimentos de forma assertiva e evitar comparações.”
Passo 4: Ação Prática
Escolha uma das situações infantis que você listou no Passo 1 e crie um plano de ação para lidar de maneira mais adulta na próxima vez em que enfrentar uma situação semelhante. Responda:
Como posso reagir de uma maneira mais madura e alinhada com meus valores e desejos?
- Exemplo: “Se eu sentir inveja ou ciúmes de alguém no trabalho, vou me lembrar de focar nos meus próprios objetivos e parabenizar a pessoa sinceramente.”
O que posso fazer hoje para me aproximar desse comportamento mais maduro?
- Exemplo: “Vou começar a praticar a gratidão pelas coisas que tenho no trabalho e parar de me comparar com os outros.”
Passo 5: Compromisso de Autenticidade
Escreva uma frase de compromisso consigo mesmo:
- "Eu, [seu nome], me comprometo a agir de acordo com minha verdadeira identidade e objetivos, reconhecendo e superando influências externas que me mantêm preso a pensamentos infantis. Farei isso com paciência, responsabilidade e foco no meu desenvolvimento pessoal."
Passo 6: Reflexão Final
Reserve alguns minutos para refletir sobre o que aprendeu com este exercício e como pode aplicá-lo no seu dia a dia. Feche os olhos, respire fundo e visualize-se agindo de maneira mais madura, autêntica e confiante em suas próximas interações e decisões.
Conclusão: Este exercício ajuda reconhecer padrões infantis e a tomar medidas conscientes para reagir de forma mais adulta e autêntica. Ao praticar essas etapas regularmente, é possível desenvolver um senso mais forte de identidade madura e liberdade emocional, em vez de viver conforme expectativas ou comportamentos infantis.😉
Queridos leitores,
Agradeço de coração por dedicarem seu tempo à leitura do blog e por se conectarem com o exercício proposto.
Que essas reflexões possam trazer crescimento e amadurecimento em suas vidas.
Se este conteúdo ressoou com vocês, ficarei imensamente grata se puderem compartilhar, curtir e deixar seus comentários.
Suas interações são muito valiosas para mim e para a construção de uma comunidade de aprendizado e apoio mútuo.
Com afeto, Kátia Rumbelsperger
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Kátia Barbosa Rumbelsperger, Psicoeducadora
Contato: (21)96885-8565
Minha trajetória profissional é marcada por uma profunda dedicação à educação, psicoterapia e ao desenvolvimento humano. Sou mãe, casada e avó.
Sou formada em Pedagogia, com especialização nas séries iniciais e fundamentais, além de possuir um vasto conhecimento em administração. Minha paixão pela educação e pelo apoio ao desenvolvimento integral das pessoas me levou a diversas formações e atuações no campo da psicologia, psicanálise e terapias holísticas.
Minhas Formações
Pedagogia: Séries Iniciais, Fundamentos e Administração
Psicopedagogia: Clínica e Institucional
Psicanálise: Clínica
Constelação Sistêmica: Familiar e Organizacional
Psicoterapia: Holística e Sistêmica
Coaching: Treinador de Equipe
Terapia Familiar: Sistêmica e Holística
Bacharel em Educação Cristã
Analista Transacional
Especialista no Ensino de Jovens e Adultos (EJA)
Formadora de Formadores no EJA
Orientadora Vocacional: Foco na Gestalt Terapia
Especialista em Dependência Química
Mentoria, Consultoria e Mediação de Conflitos
Especialista em Traumas Intrauterinos, Ansiedade, Medo, Angústias, Depressão e Mágoas
Cursos e Treinamentos que Ensino
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Psicanálise e Terapias Holísticas
Constelação Sistêmica Familiar e Organizacional
Terapia Familiar Sistêmica e Holística
Coaching e Desenvolvimento de Equipes
Orientação Vocacional e Educação para Jovens e Adultos
Intervenções em Dependência Química e Co-dependência
Gestão de Ansiedade, Medos e Traumas Intrauterinos
Formação de Formadores no EJA
Instituto Katia Rumbelsperger 360 Graus (IKR)
No Instituto Katia Rumbelsperger 360 Graus (IKR), utilizamos o Método DNA (Desenvolvimento Natural do Autoconhecimento), que tem como objetivo promover o crescimento pessoal e o autoconhecimento através de abordagens integradas e inovadoras. O IKR é uma referência em desenvolvimento humano e oferece uma variedade de programas e treinamentos focados em melhorar a qualidade de vida e o bem-estar emocional.
CNPJ: 14.032.217/0001-98
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