Reconectando com a Maturidade: Um Exercício para Superar Pensamentos Infantis e Fortalecer sua Identidade Adulta




Reconectando com a Maturidade: Um Exercício para Superar Pensamentos Infantis e Fortalecer sua Identidade Adulta

A frase "deixamos de ser para ser, tomar a vida dos outros adoecemos" pode ser compreendida a partir de uma perspectiva psicodinâmica e existencialista, que explora a autenticidade e a individualidade do ser humano. 

Aqui estão algumas considerações sobre essa ideia:

  1. Autenticidade e Identidade:

    • Soren Kierkegaard e Jean-Paul Sartre, filósofos existencialistas, enfatizaram a importância de viver de maneira autêntica, seguindo o próprio caminho e valores pessoais. 
    • Quando "deixamos de ser" no sentido de abandonar nossa autenticidade para nos moldarmos às expectativas ou vidas dos outros, perdemos nossa verdadeira identidade.
  2. Individuação e Desenvolvimento Pessoal:

    • Carl Jung falou sobre o processo de individuação, onde o indivíduo se torna consciente de si mesmo e dos aspectos inconscientes da sua personalidade. Esse processo é essencial para uma vida saudável e plena. Ao "tomar a vida dos outros", negligenciamos nossa jornada pessoal de crescimento e desenvolvimento.
  3. Vampirismo Emocional:

    • Na psicologia popular, o termo "vampirismo emocional" é usado para descrever pessoas que vivem através das energias e experiências dos outros, em vez de desenvolver suas próprias. Isso pode levar a um estado de adoecimento emocional e mental, pois se perde a conexão com o próprio ser.
  4. Co-dependência:

    • Na perspectiva de relações, a co-dependência é um estado onde uma pessoa se define em função do outro, negligenciando suas próprias necessidades e identidade. Essa dinâmica é prejudicial tanto para o indivíduo quanto para a relação, resultando em adoecimento emocional e psicológico.
  5. Psicanálise e Transferência:

    • Na psicanálise, Sigmund Freud introduziu o conceito de transferência, onde sentimentos e expectativas são projetados em outra pessoa. Se essa projeção se torna o principal meio de experiência do indivíduo, ele pode perder o contato com a realidade e sua própria identidade, o que pode levar a desequilíbrios emocionais.
  6. Constelação Familiar:

    • Dentro do trabalho de constelação familiar de Bert Hellinger, a ideia de tomar a vida dos outros pode ser vista na dinâmica de assumir destinos ou traumas de outros membros da família, o que impede o indivíduo de viver sua própria vida de maneira plena e autêntica.

Portanto, "deixar de ser para ser" pode ser interpretado como o abandono da própria autenticidade em favor de viver segundo as expectativas, desejos ou padrões de outros. 

Isso leva a um estado de adoecimento porque a pessoa não está vivendo de acordo com sua verdadeira essência, mas sim de uma maneira que não é genuína. 

Buscar a autenticidade, desenvolver uma identidade própria e respeitar as necessidades individuais são essenciais para a saúde emocional e psicológica.




Aqui está um pequeno exercício de reflexão e autoconhecimento para ajudar a identificar áreas em que você pode estar "deixando de ser para ser":

Exercício de Autenticidade e Identidade

Objetivo: Identificar áreas da vida onde você pode estar vivendo de acordo com as expectativas dos outros e fortalecer a conexão com sua verdadeira identidade.

Duração: 20-30 minutos

Passo 1: Preparação

Encontre um lugar tranquilo onde você não será interrompido. Pegue um caderno e uma caneta.

Passo 2: Reflexão Inicial

Feche os olhos e respire profundamente algumas vezes. Concentre-se em relaxar o corpo e a mente.

Passo 3: Identificação de Influências Externas

Responda às seguintes perguntas por escrito:

  1. Quais são as três áreas da minha vida onde sinto que estou vivendo de acordo com as expectativas dos outros?
    • Pense no trabalho, relacionamentos, escolhas de vida, etc.
  2. Em cada uma dessas áreas, de quem são essas expectativas?
    • Podem ser pais, cônjuge, amigos, sociedade, etc.

Passo 4: Identificação da Autenticidade

Responda às seguintes perguntas por escrito:

  1. Quais são os meus valores e interesses pessoais em cada uma dessas áreas?
    • O que é realmente importante para você? O que te faz sentir vivo e autêntico?
  2. Como eu gostaria de estar vivendo em cada uma dessas áreas, se não houvesse pressão externa?
    • Imagine um cenário onde você vive de acordo com seus próprios desejos e valores.

Passo 5: Planejamento de Ações

Para cada área identificada:

  1. Escreva uma pequena ação que você pode realizar esta semana para alinhar mais essa área com sua verdadeira identidade.
    • Pode ser algo simples, como expressar uma opinião, reservar tempo para um hobby, ou ter uma conversa honesta com alguém.

Passo 6: Compromisso

  1. Escreva um compromisso para si mesmo:
    • "Eu, [seu nome], me comprometo a viver de maneira mais autêntica e de acordo com meus valores e desejos, especialmente nas áreas de [áreas identificadas]. Farei [ação específica] esta semana para começar essa jornada."

Passo 7: Reflexão Final

Feche os olhos novamente, respire profundamente, e visualize-se vivendo de acordo com seus valores e desejos. Sinta a liberdade e a satisfação de ser verdadeiro consigo mesmo.

Conclusão: Guarde suas anotações e revisite-as regularmente. Reflita sobre seu progresso e ajuste suas ações conforme necessário para continuar alinhando sua vida com sua autenticidade.

Esse exercício pode ser uma ferramenta poderosa para identificar e começar a modificar áreas onde você pode estar vivendo de acordo com as expectativas dos outros, ajudando a fortalecer sua identidade e autenticidade.


Quando exploramos a frase "deixamos de ser para ser, tomar a vida dos outros adoecemos" a partir das lentes da Bíblia, teologia, neuropsicologia, neuropsicanálise, epistemologia, terapia de família, análise transacional e epigenética, percebemos a complexidade do conceito de identidade, autenticidade e a influência do outro na construção de quem somos. 


👉Vou tecer uma análise de cada uma dessas áreas:

1. Visão da Bíblia e Teologia

Na Bíblia, o conceito de "ser" está intrinsecamente ligado ao propósito divino

Em Gênesis 1:27, a criação do ser humano à imagem e semelhança de Deus estabelece que cada indivíduo tem uma identidade única. 

Quando abandonamos essa identidade para tentar ser outra pessoa, violamos o plano original de Deus para nós. Romanos 12:2 nos exorta a não nos conformarmos ao padrão deste mundo, mas a sermos transformados pela renovação da mente. 

Isso sugere que, ao tentar viver segundo as expectativas dos outros, nos afastamos do propósito divino e adoecemos espiritualmente e emocionalmente.


Na teologia cristã, a busca pela autenticidade também está conectada à ideia de "ser um com Cristo". 

 

Quando assumimos identidades que não são nossas, deixamos de viver de forma autêntica e plena. 

O conceito de "tomar a vida dos outros" pode ser interpretado como uma forma de idolatria ou de colocar outros em um pedestal, em vez de depender de Deus para encontrar nosso verdadeiro eu. Esse afastamento de nossa essência traz adoecimento espiritual.


2. Neuropsicologia

A neuropsicologia estuda como o cérebro influencia o comportamento. 

Quando deixamos de ser nós mesmos e tentamos viver de acordo com as expectativas ou experiências de outros, criamos um conflito interno entre o que somos e o que aparentamos ser. 

Isso pode gerar estresse crônico, ansiedade e depressão, visto que o cérebro está constantemente lidando com essa dissonância.

A neuroplasticidade nos mostra que, ao longo do tempo, o cérebro adapta seus circuitos de acordo com as experiências e as crenças que adotamos. 

Se "tomarmos a vida dos outros", nossa identidade neural também começa a se moldar de forma desajustada, resultando em adoecimento cognitivo e emocional, como sensação de vazio, falta de propósito e confusão sobre quem realmente somos.


3. Neuropsicanalise

Na neuropsicanálise, uma fusão entre neurociência e psicanálise, o conceito de "deixar de ser para ser" pode ser visto como um distúrbio da identidade, muitas vezes relacionado a uma frágil formação do ego

Freud fala sobre o "superego" — a internalização das normas e expectativas dos outros. Quando o superego domina o "eu" de forma patológica, o indivíduo passa a viver não conforme seus desejos inconscientes, mas segundo o que ele acredita que os outros esperam dele.

Nesse sentido, "tomar a vida dos outros" pode significar internalizar essas expectativas externas ao ponto de sufocar os próprios desejos e necessidades, levando a adoecimento emocional e psíquico, como angústia e sentimento de alienação.


4. Epistemologia

A epistemologia é o estudo do conhecimento. 

Em um sentido epistemológico, "deixar de ser para ser" pode ser entendido como uma falha em conhecer a si mesmo. 

Quando baseamos nossa identidade na percepção dos outros, adotamos uma visão do mundo e de nós mesmos que não é genuína ou autêntica.


Sócrates dizia: "Conhece-te a ti mesmo". 


Esse autoengano epistemológico, em que tomamos o conhecimento dos outros como verdade sobre quem somos, nos afasta da verdadeira sabedoria e compreensão de nossa própria identidade, criando uma desconexão com a realidade e, assim, gerando adoecimento cognitivo e emocional.


5. Terapia de Família

Na terapia sistêmica familiar, Murray Bowen enfatiza o conceito de "diferenciação do self", que é a capacidade de um indivíduo de se separar emocionalmente de sua família de origem, mantendo sua identidade própria

👉Quando "deixamos de ser para ser", muitas vezes estamos nos fundindo emocionalmente com o sistema familiar, assumindo papéis e responsabilidades que não são nossos.

Isso pode levar a uma sobrecarga emocional e a comportamentos disfuncionais dentro do sistema familiar, resultando em doenças emocionais, como ansiedade ou depressão

Tomar a vida dos outros nesse contexto significa assumir os problemas, traumas ou expectativas de membros da família, o que pode sobrecarregar o indivíduo e criar um ciclo de adoecimento.

 

6. Análise Transacional

Na Análise Transacional, desenvolvida por Eric Berne, o conceito de "scripts" ou "roteiros de vida" é central. 

Esses roteiros são padrões comportamentais que seguimos inconscientemente, muitas vezes determinados por mensagens recebidas na infância

Quando "deixamos de ser para ser", podemos estar vivendo de acordo com o script de outra pessoa — como expectativas dos pais, da sociedade ou do cônjuge — e não segundo nossas próprias escolhas conscientes.

Isso se conecta ao conceito de 👉 "tomar a vida dos outros". 

Ao adotar o roteiro de outra pessoa, o indivíduo adoece porque não está seguindo sua verdadeira natureza, mas sim um padrão que não corresponde à sua própria experiência e desejo de vida.


7. Epigenética

A epigenética nos ensina que nossas experiências de vida, incluindo o ambiente social e emocional, podem influenciar a expressão de nossos genes. 

Quando "deixamos de ser para ser" e internalizamos o estresse ou a dor de outros, podemos literalmente alterar nossa biologia. Isso pode impactar a saúde física e mental ao longo do tempo.

Estudos mostram que o trauma e o estresse crônico podem ser transmitidos entre gerações através de marcas epigenéticas

Quando "tomamos a vida dos outros", isso pode se manifestar biologicamente, alterando a maneira como nossos genes se expressam, resultando em doenças emocionais, mentais e até físicas.


👉Conclusão:

Ao integrar essas diferentes perspectivas, podemos ver que "deixar de ser para ser" e "tomar a vida dos outros" são expressões que descrevem a perda de autenticidade, o desvio do propósito pessoal e a adoção de identidades alheias

Em cada abordagem — teológica, neuropsicológica, epigenética ou terapêutica — há um reconhecimento de que viver conforme as expectativas ou as dores dos outros cria desequilíbrio e adoecimento, tanto no corpo quanto na mente e no espírito.

A verdadeira cura e bem-estar estão na busca por uma vida autêntica, alinhada ao propósito individual, ao autoconhecimento e à saúde emocional, espiritual e relacional.



👉Aqui está um exercício voltado para adultos que apresentam pensamentos infantis, com base nos conceitos abordados anteriormente. 

O objetivo é ajudar você se reconectarem com sua autenticidade, reconhecerem as influências externas que impactam seu comportamento e fortalecerem seu senso de identidade adulta.

Exercício: Fortalecendo a Maturidade Emocional e Identidade

Objetivo: Ajudar adultos a identificar e superar pensamentos infantis, reconhecendo áreas em que estão vivendo de acordo com expectativas externas e trabalhando para desenvolver uma identidade mais madura e autêntica.

Duração: 30-40 minutos

Passo 1: Reflexão sobre as Influências Externas

  1. Encontre um lugar calmo e confortável, onde possa refletir e escrever.
  2. Pense em situações recentes em que você agiu ou pensou de uma forma que parecia infantil, como reagir com impulsividade, insegurança, ciúmes, ou evitar responsabilidades.
    • Anote três dessas situações.
    • Exemplo: “Fiquei com raiva quando meu colega de trabalho foi promovido e eu não.”

Passo 2: Reconhecendo Expectativas Externas

Para cada uma das situações que você anotou, faça as seguintes perguntas e escreva suas respostas:

  1. Essa atitude ou pensamento foi influenciado por alguém ou por uma expectativa que eu acredito que os outros têm de mim?
    • Exemplo: “Sim, sempre senti que meus pais me comparavam aos outros e isso me faz querer competir.”
  2. Se eu estivesse completamente livre para ser eu mesmo, sem medo do julgamento dos outros, como eu teria reagido?
    • Exemplo: “Eu teria parabenizado meu colega pela promoção e buscado melhorar minhas próprias habilidades.”

Passo 3: Fortalecendo a Maturidade Emocional

Agora, com base nas suas respostas anteriores, faça as seguintes reflexões:

  1. O que eu realmente desejo para minha vida adulta?

    • Pense sobre seu trabalho, relacionamentos, emoções e sua visão de futuro. Anote três objetivos pessoais ou características que você quer desenvolver.
    • Exemplo: “Quero ser mais confiante e menos dependente da aprovação dos outros.”
  2. Quais habilidades ou comportamentos eu preciso cultivar para alcançar esses objetivos?

    • Anote ao menos uma habilidade ou mudança de comportamento para cada objetivo listado.
    • Exemplo: “Preciso aprender a comunicar meus sentimentos de forma assertiva e evitar comparações.”

Passo 4: Ação Prática

Escolha uma das situações infantis que você listou no Passo 1 e crie um plano de ação para lidar de maneira mais adulta na próxima vez em que enfrentar uma situação semelhante. Responda:

  1. Como posso reagir de uma maneira mais madura e alinhada com meus valores e desejos?

    • Exemplo: “Se eu sentir inveja ou ciúmes de alguém no trabalho, vou me lembrar de focar nos meus próprios objetivos e parabenizar a pessoa sinceramente.”
  2. O que posso fazer hoje para me aproximar desse comportamento mais maduro?

    • Exemplo: “Vou começar a praticar a gratidão pelas coisas que tenho no trabalho e parar de me comparar com os outros.”

Passo 5: Compromisso de Autenticidade

Escreva uma frase de compromisso consigo mesmo:

  • "Eu, [seu nome], me comprometo a agir de acordo com minha verdadeira identidade e objetivos, reconhecendo e superando influências externas que me mantêm preso a pensamentos infantis. Farei isso com paciência, responsabilidade e foco no meu desenvolvimento pessoal."

Passo 6: Reflexão Final

Reserve alguns minutos para refletir sobre o que aprendeu com este exercício e como pode aplicá-lo no seu dia a dia. Feche os olhos, respire fundo e visualize-se agindo de maneira mais madura, autêntica e confiante em suas próximas interações e decisões.


Conclusão: Este exercício ajuda  reconhecer padrões infantis e a tomar medidas conscientes para reagir de forma mais adulta e autêntica. Ao praticar essas etapas regularmente, é possível desenvolver um senso mais forte de identidade madura e liberdade emocional, em vez de viver conforme expectativas ou comportamentos infantis.😉


Queridos leitores,

Agradeço de coração por dedicarem seu tempo à leitura do blog e por se conectarem com o exercício proposto. 

Que essas reflexões possam trazer crescimento e amadurecimento em suas vidas.

Se este conteúdo ressoou com vocês, ficarei imensamente grata se puderem compartilhar, curtir e deixar seus comentários. 

Suas interações são muito valiosas para mim e para a construção de uma comunidade de aprendizado e apoio mútuo.

Com afeto, Kátia Rumbelsperger


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