Tratamento Multidisciplinar da Compulsão Sexual: Sinais, Psicoterapia e Abordagem Integrada






Tratamento Multidisciplinar da Compulsão Sexual: Sinais, Psicoterapia e Abordagem Integrada

A Organização Mundial da Saúde (OMS) deu um passo significativo ao declarar oficialmente a OMS como um distúrbio de saúde mental, reconhecendo a conduta sexual compulsiva como uma condição que afeta profundamente a vida das pessoas.

Sob a luz dessa nova resolução, o Jornal da USP no Ar entrevistou o Dr. Marco Scanavino, coordenador do Ambulatório de Impulso Sexual Excessivo do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, que compartilhou suas percepções e conhecimentos sobre essa questão delicada.

 Desde 2013, inúmeros estudos em fisiopatologia, neurociência e aspectos neurobiológicos têm desbravado os caminhos para entender esse distúrbio.

A inclusão da compulsão sexual na classificação da OMS é um marco que proporciona uma maior visibilidade e legitimidade ao transtorno, permitindo que profissionais da saúde possam conhecer, identificar e tratar com mais eficácia.

O tratamento, conforme explica o Dr. Scanavino, envolve o uso de antidepressivos inibidores de serotonina, uma abordagem necessária pois cerca de 70% dos pacientes com compulsão sexual também sofrem de ansiedade e depressão.

No entanto, ele enfatiza que a psicoterapia é um componente essencial para uma resposta mais eficaz.

A inclusão de uma equipe multidisciplinar, que combine o conhecimento de diferentes áreas, é vital para abordar as diversas facetas desse distúrbio.

Freud, com sua visão sobre os desejos e conflitos internos, nos lembra da importância de compreender as profundezas do inconsciente e como esses impulsos podem dominar o comportamento.

Virginia Satir, com seu enfoque humanista e empático, destaca a necessidade de um ambiente terapêutico seguro e acolhedor, onde o paciente possa explorar suas emoções e desenvolver um senso de autoestima e equilíbrio.

Carl Jung, por sua vez, nos convida a considerar o papel dos arquétipos e a jornada individual para a integração e a totalidade.

Os pacientes apresentam diferentes manifestações do vício em sexo, desde comportamentos solitários, como o consumo excessivo de pornografia e masturbação, até a busca compulsiva por parceiros, o que aumenta o risco de exposição a Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs). 

Esse comportamento não só afeta a saúde pessoal, mas também tem implicações significativas para a saúde pública.

O Dr. Scanavino destaca que o comportamento sexual compulsivo pode prejudicar gravemente o cotidiano das pessoas e frequentemente está relacionado a experiências traumáticas, como o abuso sexual na infância ou vida adulta. 

Esse reconhecimento abre portas para um tratamento mais abrangente e humanizado, que não só alivia os sintomas, mas também promove uma cura profunda e duradoura.


As pessoas também perguntam:

  1. Quais são os sinais de compulsão sexual?
  2. Como a psicoterapia pode ajudar no tratamento da compulsão sexual?
  3. Qual é o papel da equipe multidisciplinar no tratamento de distúrbios de saúde mental?

 

Quais são os sinais de compulsão sexual?

A compulsão sexual, também conhecida como comportamento sexual compulsivo, manifesta-se de várias formas que podem afetar negativamente a vida de uma pessoa. Alguns dos sinais mais comuns incluem:

Pensamentos e fantasias sexuais persistentes: Pensamentos intrusivos e constantes sobre sexo que consomem tempo e energia significativos.

Busca constante por novas experiências sexuais: Um desejo insaciável de novas conquistas ou práticas sexuais, muitas vezes sem considerar as consequências.

Uso excessivo de pornografia: Passar muito tempo consumindo material pornográfico, o que pode levar ao isolamento e à negligência de outras atividades importantes.

Comportamento masturbatório compulsivo: Necessidade de masturbação frequente, muitas vezes interferindo nas responsabilidades diárias.

Relações sexuais impulsivas e arriscadas: Envolver-se em relações sexuais com múltiplos parceiros, muitas vezes sem proteção, aumentando o risco de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs).

Negligência de responsabilidades e relações: A vida profissional, social e familiar pode ser afetada, com a pessoa negligenciando suas responsabilidades e compromissos.

Sentimento de culpa e vergonha: Após os comportamentos sexuais, a pessoa pode sentir-se culpada, envergonhada ou arrependida, mas é incapaz de controlar seus impulsos.


Como a psicoterapia pode ajudar no tratamento da compulsão sexual?

A psicoterapia desempenha um papel crucial no tratamento da compulsão sexual, oferecendo um espaço seguro e estruturado para explorar e tratar os impulsos e comportamentos compulsivos. 

Aqui estão algumas formas pelas quais a psicoterapia pode ajudar:

Identificação de gatilhos e padrões: Através da terapia, os pacientes podem identificar os gatilhos emocionais e situacionais que desencadeiam seus comportamentos compulsivos.

Desenvolvimento de estratégias de enfrentamento: Terapeutas ajudam os pacientes a desenvolverem habilidades e estratégias para lidar com impulsos sexuais de maneira saudável.

Exploração de traumas subjacentes: Muitos comportamentos compulsivos estão enraizados em traumas passados. A terapia permite que os pacientes processem e curem essas feridas emocionais.

Fortalecimento da autoestima e autoimagem: Trabalhar com um terapeuta pode ajudar os pacientes a melhorarem sua autoestima e desenvolver uma visão mais positiva de si mesmos.

Promoção de relacionamentos saudáveis: A terapia pode ajudar os pacientes a construir e manter relacionamentos saudáveis e equilibrados, baseados em respeito e comunicação aberta.

Integração de técnicas cognitivo-comportamentais: Essas técnicas ajudam a modificar pensamentos e comportamentos disfuncionais relacionados à sexualidade compulsiva.


Qual é o papel da equipe multidisciplinar no tratamento de distúrbios de saúde mental?

O tratamento eficaz de distúrbios de saúde mental, incluindo a compulsão sexual, muitas vezes requer a colaboração de uma equipe multidisciplinar. 

Esta abordagem integrada oferece diversos benefícios:

Abordagem holística: Uma equipe multidisciplinar pode abordar os aspectos físicos, psicológicos e sociais do distúrbio, proporcionando um tratamento abrangente.

Especialização e conhecimento: Cada membro da equipe traz sua própria expertise, seja em psiquiatria, psicologia, terapia ocupacional, serviço social, entre outros.

Planos de tratamento personalizados: A colaboração entre profissionais permite a criação de planos de tratamento individualizados, adaptados às necessidades específicas de cada paciente.

Monitoramento contínuo: Uma equipe multidisciplinar pode monitorar de perto o progresso do paciente, ajustando o tratamento conforme necessário para garantir a eficácia.

Suporte psicossocial: Além do tratamento médico e terapêutico, a equipe pode oferecer suporte em áreas como educação, emprego e relacionamentos, ajudando o paciente a reintegrar-se na sociedade.

Coordenação de cuidados: A equipe garante que todas as intervenções sejam coordenadas, evitando lacunas no cuidado e melhorando a continuidade do tratamento.

Essa abordagem integrada e colaborativa é essencial para tratar de maneira eficaz e sustentável os distúrbios de saúde mental, promovendo a recuperação e o bem-estar geral dos pacientes.

 

Psicanálise: A psicanálise oferece uma abordagem profunda para entender os impulsos e comportamentos, explorando as raízes inconscientes da compulsão sexual. 

Com base nos princípios freudianos, a psicanálise ajuda os pacientes a explorar suas experiências passadas e como estas moldam seus comportamentos atuais. 

Este processo pode revelar traumas e conflitos internos que contribuem para a compulsão sexual, permitindo aos pacientes desenvolver uma maior compreensão e controle sobre seus impulsos.

Como a Psicanálise Pode Orientar os Pacientes:

  1. Exploração do Inconsciente: Através da livre associação e da interpretação dos sonhos, a psicanálise busca acessar memórias e desejos reprimidos que influenciam o comportamento compulsivo.
  2. Identificação de Padrões: A análise das experiências passadas e das relações interpessoais permite identificar padrões de comportamento e gatilhos emocionais que levam à compulsão sexual.
  3. Processamento de Traumas: Muitas vezes, comportamentos compulsivos estão ligados a traumas não resolvidos. A psicanálise ajuda a processar essas experiências, promovendo a cura emocional.
  4. Desenvolvimento de Insight: Ao entender as motivações inconscientes por trás dos comportamentos, os pacientes podem desenvolver um maior insight e autoconhecimento, essencial para a mudança.

 

 


 

Exercícios de Autoavaliação para Compulsão Sexual

Os seguintes exercícios de autoavaliação são projetados para ajudar a refletir sobre seus comportamentos e emoções relacionados à compulsão sexual. Eles podem ser usados para ganhar uma melhor compreensão de si mesmo e identificar áreas que possam necessitar de atenção ou intervenção profissional.

1. Diário de Comportamento Sexual

  • Objetivo: Monitorar e refletir sobre seus comportamentos sexuais diários.
  • Instruções: Mantenha um diário onde você anote diariamente seus comportamentos sexuais, incluindo o que desencadeou esses comportamentos, seus sentimentos antes e depois, e qualquer consequência resultante.
    • Questões para reflexão:
      • Que situações ou emoções parecem desencadear meus comportamentos sexuais?
      • Como me sinto após esses comportamentos? (ex. alívio, culpa, vergonha)
      • Quais são as consequências desses comportamentos para minha vida pessoal e profissional?

2. Questionário de Autopercepção

  • Objetivo: Avaliar sua percepção sobre a compulsão sexual e seu impacto em sua vida.
  • Instruções: Responda as perguntas abaixo com sinceridade.
    • Perguntas:
      • Com que frequência penso sobre sexo durante o dia?
      • Sinto que não consigo controlar meus impulsos sexuais?
      • Meus comportamentos sexuais interferem em minhas responsabilidades diárias?
      • Experimento sentimentos de culpa ou vergonha após atos sexuais?
      • Já me coloquei em situações de risco devido ao meu comportamento sexual?

3. Exercício de Identificação de Gatilhos

  • Objetivo: Identificar gatilhos específicos que levam aos comportamentos compulsivos.
  • Instruções: Faça uma lista de situações, emoções ou pensamentos que precedem seus comportamentos sexuais compulsivos.
    • Questões para reflexão:
      • Existem padrões nos meus gatilhos? (ex. estresse, solidão, tédio)
      • Quais são os sentimentos predominantes antes de ceder ao impulso?
      • Como posso evitar ou gerenciar esses gatilhos de maneira mais saudável?

4. Reflexão sobre Relações Interpessoais

  • Objetivo: Avaliar o impacto da compulsão sexual em suas relações pessoais.
  • Instruções: Pense em suas relações interpessoais e responda às seguintes perguntas.
    • Perguntas:
      • Meu comportamento sexual afeta minha relação com amigos e familiares?
      • Sinto que meus relacionamentos são prejudicados ou superficiais devido à minha compulsão?
      • Como meus parceiros sexuais percebem meu comportamento? Eles expressaram preocupação?

5. Definição de Metas e Planejamento de Ação

  • Objetivo: Estabelecer metas para reduzir comportamentos compulsivos e desenvolver estratégias de enfrentamento.
  • Instruções: Defina metas específicas, mensuráveis, atingíveis, relevantes e temporais (SMART) para gerenciar sua compulsão sexual.
    • Exemplo de metas:
      • "Vou reduzir o tempo gasto com pornografia para no máximo 30 minutos por dia."
      • "Vou praticar meditação ou exercícios físicos sempre que sentir um impulso sexual intenso."
      • "Vou buscar ajuda profissional e agendar uma consulta com um terapeuta especializado até o final do mês."

Esses exercícios são um ponto de partida para a autoavaliação e podem ser complementados com apoio profissional para obter uma compreensão e um tratamento mais profundos.

 

 

As Psicoterapias e o Método DNA no Tratamento da Compulsão Sexual

Método do Desenvolvimento Natural do Autoconhecimento (DNA) - Katia Rumbelsperger 360 Graus

No Instituto Katia Rumbelsperger 360 Graus, utilizamos o Método do Desenvolvimento Natural do Autoconhecimento (DNA) para orientar nossos clientes.

Este método integra princípios das diversas psicoterapias com abordagens contemporâneas de desenvolvimento pessoal, proporcionando um caminho holístico para a cura e o crescimento.

Como o Método DNA Orienta os Clientes:

  1. Avaliação Integral: Começamos com uma avaliação abrangente que considera todos os aspectos da vida do cliente, incluindo histórico emocional, comportamental e relacional.
  2. Autoconhecimento Profundo: Utilizamos técnicas de psicanálise e outras para ajudar os clientes a explorar e compreender seus padrões inconscientes e motivações profundas.
  3. Desenvolvimento de Habilidades de Enfrentamento: Ensinamos estratégias práticas e personalizadas para lidar com impulsos e comportamentos compulsivos, promovendo o autocontrole e a resiliência.
  4. Promoção de Equilíbrio Emocional: Através de técnicas de mindfulness, meditação e outras práticas integrativas, ajudamos os clientes a desenvolverem um equilíbrio emocional e mental, essencial para o bem-estar.
  5. Suporte Continuado: Oferecemos um acompanhamento contínuo, ajustando o plano de tratamento conforme necessário para garantir que os clientes estejam progredindo em seu caminho de autoconhecimento e cura.

Nosso objetivo no Instituto Katia Rumbelsperger 360 Graus é proporcionar uma abordagem integrada e personalizada que capacite nossos clientes a alcançarem um maior autoconhecimento, equilíbrio e bem-estar.

Seja bem-vindos ao tratamento.

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Fecundação: Os primeiros registro da matriz de todos os sentimentos de rejeição ou amor é vivido pelo ser humano, tem sua primeira experiência na FECUNDAÇÃO Por isso é necessário que a gestação seja regada de sentimentos de amor e acolhimento. Esse registro será determinante para que a pessoa apresente em sua vida características e comportamentos para toda sua vida.

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