Manejo Clínico com os Adictos no Setting Psicanalítico
Rumbelsperger, Kátia
(RJ/2022)
Bonus da minha monografia.
RESUMO:
O objetivo desse artigo é trazer contribuições para a clínica psicanalítica a respeito de uma escuta e transferência com amor, para que os pacientes adictos e suas famílias codependente possam encontrar novos caminhos para conhecer e lidar com os problemas.
PALAVRAS CHAVE: Família - Prevenção – Psicanálise – Tratamento
Introdução
Este trabalho nasceu a partir das minhas experiências e vivências voluntárias com adictos e suas famílias desde 1990, registrei o projeto no ano 2000.
Compreender o mal-estar, motivos que levam os indivíduos ao caminho abusivo das adicções e dos aditivos que alteram o estado mental, comportamental e orgânico do sujeito é um grande desafio para os analistas.
É um campo sensível, com muitas vitórias, expectativas, frustrações, angústias, embates que acontecem para às pessoas que se colocam junto aos adictos e suas famílias, na busca da construção e trajetórias da vida, além das substâncias.
A
práxis do analista tem um alcance muito além de uma prática clínica.
Gênesis
Ao nascer, os bebês humanos são completamente dependentes do investimento de outros para sua proteção e sobrevivência.
Parte da variação sobre se esse investimento ocorre ou não, reside nos desejos e habilidades dos cuidadores primários.
O primeiro objeto que transita na dependência do ser humano é a chupeta.
A criança pensada pela psicanálise passa por diversos momentos difíceis que vão alicerçando sua estrutura psíquica.
A chupeta é um tipo de recurso para evitar e sentir angústia da falta, a criança que usa a chupeta passa pelo processo de formação do aparelho psíquico que fica prejudicado (a), debilitando o “eu”.
A criança está sempre pronta para viver suas faltas, a questão é como a mãe ou o outro recebe e administra esse momento.
Uma mãe angustiada ou ansiosa que tem
dificuldade de lidar com suas próprias questões afetivas não suportará a
demanda do filho (a), assim amamenta indiscriminadamente para afastar suas
angústias, e agora oferece a chupeta, antes mesmo que a falta apareça.
As adicções nascem com os seres humanos, isso vale
para o eixo das adicções e para as dependências. O fato de dizer que a chupeta
é o primeiro objeto de adicção não quer dizer que todos se tornaram adictos,
nessa época da nossa vida aparecem muitas fragilidades, incompreensões,
dificuldades internas, com muita facilidade pode recorrer ao objeto aditivo
para diminuir nossa angústia, assim fazem os bebês, os pais ou seus
equivalentes vão pacificar o bebê com a chupeta para evitar a explosão de
angústia que essa criança vivencia. Os investimentos que fazemos no mundo do
trabalho, familiar, lazer, relacionamentos, casamentos... vai depender
diretamente do quanto podemos ter acesso à angústia da falta. Se a “falta” é evitada,
o “ego” empobrece tanto quanto se ela é extrema.
Freud escreveu sobre a fragilidade humana, insegurança, do despreparo diante da vida, fala do mal-estar na civilização, e outros escritos importantes que vão mencionar essa fragilidade que o indivíduo carrega dentro de si segundo Freud, até por essas condições biológicas, nós somos os seres vivos talvez mais frágeis do planeta.
Na medida que usamos
nossas “chupetas-objetos”, o indivíduo está investindo numa linha tênue do
afastamento do que realmente nos aflige e no que está doendo, nessa linha encontramos
o “alívio imediato”, muitas vezes é a única saída possível, e o retorno da
angústia e a dor será inevitável.
Somos indivíduos atravessados e transitamos na linha do tempo, se estamos abertos a enxergar às possibilidades que a vida apresenta todos os dias e viver no presente, vai possibilitar um lugar de valorização aqui e agora, saber ser transitório abre possibilidades ao belo e ao indelével que reside em cada indivíduo.
O ser humano é o encontro com esse Outro que abarca o mundo simbólico, da cultura, família ampliada e nuclear, socialmente, culturalmente, no mundo político, econômico, religião, etnicidade...
Saber viver e entender que todos afetam todos, nessa linha do tempo, o adicto não sabe mais quem é ele, quais são suas escolhas, perdeu o propósito da vida, sua história...
O que será que está sendo
valorizado na nossa sociedade e cultura aqui e agora? Pare e pense! O hoje é o
reflexo de ontem.
Um cavalo nasce, com 4 ou 6 horas já está correndo, os macacos nascem frágeis e são dependentes da mãe, no período de um ano estão prontos.
O nosso sistema nervoso central fica pronto em 20 anos.
Quando nascemos e saímos do útero materno, conexões entre os neurônios são idênticas que nós temos dentro do útero, ou seja, parte de nós é preparado do lado de fora.
A maior parte das conexões são realizadas após o nascimento, por esse motivo é muito importante os cuidadores proporcionarem estímulos corretos aos bebês.
Essas conexões se chamam sinapses, são responsáveis por integrar e unir todas as funções (entre elas a memória e o aprendizado) no cérebro.
Quanto mais
estímulos corretos as conexões ficam mais fortes, investir nos afetos, nas palavras
assertivas... os educadores vão proporcionar ao bebê antes de nascer, durante e
após a gestação, qualidade de vida.
Aí teremos os conceitos Donald Woods Winnicott da mãe suficientemente boa, do holding, (suporte físico e psíquico), manejo (handling – deriva de hand (mão) cuidados físicos e manuseio corporal do bebê) são todos os recursos externos necessários para que o ser humano possa se desenvolver-se.
Nascemos dentro da espécie humana, precisamos aprender a ser seres humanos, isso vai acontecer até aos 20 anos.
Quando somos pequenos o nosso pensamento é concreto, não temos ainda condições de abstrações.
O pensamento concreto busca um perfil definido com base em duas únicas possibilidades de respostas aos questionamentos que possam surgir: certas ou erradas. Já o pensamento difuso, ao contrário, é aquele para o qual existem muitas possíveis respostas certas.
Pensamento concreto: Que se forma a partir da percepção sensível, ou seja, da representação de objetos reais, e é imediato, sensível e intuitivo.
Pensamento abstrato: Que estabelece reações, que cria os conceitos e as noções gerais e abstratas, é mediato e racional.
O raciocínio abstrato é definido como a capacidade de pensar lateralmente, de examinar problemas de formas amplas e de estabelecer novas conexões entre diferentes conceitos
Deixar as crianças ajudarem na cozinha (quando já tiverem entre 5 e 6 anos pelo menos) pode ser um grande incentivo no desenvolvimento lógico. Não devem mexer com fogo, mas deixá-las fazer pequenas medidas como “um copo de farinha”, pode ajudar muito a desenvolver habilidades de raciocínio abstrato
O que é um sentimento concreto?
Freud deixou escrito esse processo primário do pensamento e do processo secundário.
O processo primário é um dos modos de funcionamento do aparelho psíquico, designado por Sigmund Freud (1856-1939), a par do processo secundário.
O processo primário corresponde a tudo aquilo que é inconsciente: conteúdos, representações, imagens, ações, palavras, entre outros.
Os processos primários acham-se
presentes desde o início da vida do sujeito, enquanto que os secundários surgem no decorrer da
vida e passam a dominar o psiquismo na plenitude da vida do indivíduo.
Portanto, é um sinal de maturidade psíquica. “O inconsciente é a verdadeira
realidade psíquica” Sigmund Freud (1856-1939)
Freud “O pensamento é o ensaio da ação” Basicamente, refletimos sobre um evento antes de agir sobre ele.
Aos mais analíticos, é uma forma de prever acontecimentos e evitar qualquer erro. A não ser que venha um impulso, precisamos refletir antes de agir.
O processo de pensamento é uma “ação interiorizada”. Ou também é chamado de “ensaios para a ação”. Essa identidade de pensamento significa a constatação, através da ação realizada sobre o meio, de que uma representação tem existência na realidade.
Os adictos
e os codependentes tem essa grande dificuldade de pensar, a vida perdeu o
propósito.
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Kátia Barbosa Rumbelsperger, Psicoeducadora
Contato: (21)96885-8565
Minha trajetória profissional é marcada por uma profunda dedicação à educação, psicoterapia e ao desenvolvimento humano. Sou mãe, casada e avó.
Sou formada em Pedagogia, com especialização nas séries iniciais e fundamentais, além de possuir um vasto conhecimento em administração. Minha paixão pela educação e pelo apoio ao desenvolvimento integral das pessoas me levou a diversas formações e atuações no campo da psicologia, psicanálise e terapias holísticas.
Minhas Formações
Pedagogia: Séries Iniciais, Fundamentos e Administração
Psicopedagogia: Clínica e Institucional
Psicanálise: Clínica
Constelação Sistêmica: Familiar e Organizacional
Psicoterapia: Holística e Sistêmica
Coaching: Treinador de Equipe
Terapia Familiar: Sistêmica e Holística
Bacharel em Educação Cristã
Analista Transacional
Especialista no Ensino de Jovens e Adultos (EJA)
Formadora de Formadores no EJA
Orientadora Vocacional: Foco na Gestalt Terapia
Especialista em Dependência Química
Mentoria, Consultoria e Mediação de Conflitos
Especialista em Traumas Intrauterinos, Ansiedade, Medo, Angústias, Depressão e Mágoas
Cursos e Treinamentos que Ensino
Pedagogia Empresarial
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Terapia Familiar Sistêmica e Holística
Coaching e Desenvolvimento de Equipes
Orientação Vocacional e Educação para Jovens e Adultos
Intervenções em Dependência Química e Co-dependência
Gestão de Ansiedade, Medos e Traumas Intrauterinos
Formação de Formadores no EJA
Instituto Katia Rumbelsperger 360 Graus (IKR)
No Instituto Katia Rumbelsperger 360 Graus (IKR), utilizamos o Método DNA (Desenvolvimento Natural do Autoconhecimento), que tem como objetivo promover o crescimento pessoal e o autoconhecimento através de abordagens integradas e inovadoras. O IKR é uma referência em desenvolvimento humano e oferece uma variedade de programas e treinamentos focados em melhorar a qualidade de vida e o bem-estar emocional.
CNPJ: 14.032.217/0001-98
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